Líder e cúmplices são presos após anos explorando imigrantes em um esquema brutal.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
Uma das maiores organizações de contrabando humano nos Estados Unidos foi desmantelada após uma investigação que expôs seus métodos cruéis e implacáveis. O grupo, liderado pelo guatemalteco Eduardo Domingo Renoj-Matul, de 51 anos, explorava imigrantes desesperados, cobrando valores exorbitantes e mantendo reféns aqueles que não conseguiam pagar. As autoridades afirmam que, ao longo de cinco anos, a rede trouxe ilegalmente cerca de 20.000 pessoas da Guatemala para os EUA, colocando muitas delas em risco extremo.
A operação policial levou à prisão de Renoj-Matul e de seu braço direito, Cristobal Mejia-Chaj, de 49 anos, ambos residentes ilegais no bairro de Westlake, em Los Angeles.
Outros membros da organização também foram acusados, incluindo um motorista envolvido em um acidente que matou sete pessoas, entre elas uma criança de quatro anos.
Exploração, abusos e morte
O esquema criminoso da organização ia muito além da travessia ilegal de fronteiras. Os imigrantes eram forçados a pagar entre US$ 15.000 e US$ 18.000 para serem transportados para os EUA. Caso não conseguissem quitar a dívida, eram mantidos como reféns, ameaçados e, em alguns casos, suas famílias eram chantageadas.
O grupo também era responsável por uma tragédia ocorrida em novembro de 2023, quando Jose Paxtor-Oxlaj, de 44 anos, perdeu o controle de um veículo durante o transporte de imigrantes de Nova York para Los Angeles.
O acidente matou sete pessoas, incluindo três crianças. Paxtor-Oxlaj, que já havia sido deportado em 2010, está preso em Oklahoma.
Além disso, um dos líderes da quadrilha, Helmer Obispo-Hernandez, de 41 anos, ameaçou agentes federais que participaram da operação. Segundo a acusação, ele prometeu “cortar a cabeça” de um oficial da ICE e de sua família após a polícia realizar buscas em sua casa.
Autoridades refletem sobre o impacto do crime
As prisões marcam um golpe significativo contra o tráfico humano, uma atividade que não apenas viola as leis de imigração, mas também coloca vidas inocentes em perigo. O agente especial John Pasciucco, da ICE, reforçou a gravidade desse tipo de crime:
“Essas prisões iluminam os perigos e a vitimização associados a estrangeiros que tentam entrar ilegalmente em nosso país”, disse Pasciucco.
“Todos os dias, organizações semelhantes de contrabando humano colocam os lucros à frente da segurança nesses empreendimentos imprudentes e ilegais. A ICE Los Angeles e nossos parceiros estão comprometidos em continuar identificando e desmantelando essas organizações para que mais vidas não sejam perdidas e nossas fronteiras estejam seguras.”
O procurador interino dos EUA, Joseph T. McNally, destacou o impacto destrutivo desse esquema criminoso:
“Essas organizações de contrabando não têm consideração pela vida humana e sua conduta mata”, afirmou.
“Seus membros representam um perigo para o público e para a aplicação da lei. Devemos aplicar vigorosamente nossas leis de imigração para que essas organizações não possam operar. A acusação e as prisões aqui desmantelaram uma das maiores e mais perigosas organizações de contrabando do país. Este trabalho salva vidas, e os membros da organização agora enfrentarão consequências significativas.”
Os acusados podem pegar prisão perpétua ou até a pena de morte. As autoridades alertam que redes como essa continuam a operar, colocando vidas em risco, e reforçam a importância da fiscalização rigorosa para impedir que mais pessoas sejam vítimas desse tipo de crime brutal.
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