
Número de óbitos também caiu 27%, e governo investe em novas tecnologias para eliminar a doença.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
O Brasil registrou uma redução de 26,8% nos casos de malária entre janeiro e março de 2025 (25.473 casos) em comparação com o mesmo período de 2024 (34.807 casos). Além disso, o número de óbitos caiu 27%, com 43 mortes notificadas em 2024, frente às 63 registradas no ano anterior. Os dados foram apresentados pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante evento em alusão ao Dia Internacional de Luta contra a Malária, celebrado em 25 de abril, na Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro.
Durante a apresentação, o ministro reforçou o compromisso do Governo Federal em zerar os óbitos por malária e eliminar a doença no país. “Estamos introduzindo cada vez mais tecnologias eficazes: o melhor tratamento disponível, o uso ampliado de testes rápidos e a adoção da tafenoquina, que já é uma realidade no Brasil”, destacou Padilha. Até o momento, cerca de 3 mil profissionais foram treinados e mais de 7 mil pessoas foram tratadas com o novo medicamento.
O tratamento com tafenoquina, uma dose única para a cura da malária por Plasmodium vivax (responsável por 80,3% dos casos em 2024), já foi implementado em 49 municípios de seis estados — Amazonas, Roraima, Pará, Rondônia, Amapá e Acre — além de nove Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). A expansão da ação para a região extra-amazônica está prevista para maio, e duas áreas do Mato Grosso receberão a iniciativa em junho.
A versão pediátrica da tafenoquina também está em processo de incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS), com parecer inicial favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), atualmente em consulta pública.
Redução em áreas especiais e novas estratégias de vigilância
O levantamento do Ministério da Saúde aponta queda significativa no número de casos em áreas vulneráveis: 27,5% em garimpos e 11% em assentamentos. Atualmente, 99% dos casos estão concentrados na Região Amazônica, abrangendo estados como Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
O ministro chamou atenção para a necessidade de vigilância também fora da Amazônia, onde a letalidade é maior, mesmo com menor número de casos. Para isso, será implementado um sistema específico de monitoramento e alerta para outras regiões.
No total, o Brasil registrou 138.493 casos locais de malária em 2024, número inferior ao de 2023 (140.264). Houve ainda uma redução no número de municípios com transmissão ativa, de 321 em 2016 para 211 em 2024.
Investimentos e fortalecimento da resposta nacional
Entre 2024 e 2025, o Ministério da Saúde investiu R$ 9,9 milhões em insumos para controle vetorial, R$ 5,8 milhões em medicamentos e testes de G6PD, e R$ 1,7 milhão para testes rápidos de diagnóstico. O uso de testes rápidos cresceu 90% no último ano.
Padilha também destacou a produção nacional de medicamentos pela Fiocruz, especialmente a combinação de artesunato e mefloquina para tratar casos graves de malária, fortalecendo a autonomia brasileira no fornecimento de medicamentos essenciais.
Outro destaque foi a retomada da distribuição de mosquiteiros impregnados de longa duração (MILDS), paralisada desde 2019. Foram entregues 300 mil redes e 100 mil camas a todos os estados da Amazônia.
Profissionais de saúde nas áreas de risco passaram por cursos de capacitação e contam com o suporte do Projeto Apoiadores Municipais, que atua diretamente em municípios que concentram 80% da carga da doença, reforçando as ações de vigilância, diagnóstico, tratamento e prevenção.
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