Com avanço de mais de R$ 300 milhões em três meses, falta de acordo entre os países mantém incertezas sobre o pagamento.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O débito da Venezuela com o Brasil continua em expansão e já ultrapassou os US$ 1,76 bilhão, de acordo com dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Fazenda. No período de janeiro a março de 2025, o crescimento foi de US$ 53 milhões, o que corresponde a aproximadamente R$ 311 milhões pela cotação atual.
Ao final de março, o saldo total, que inclui os juros de mora, chegou a US$ 1.766.469.467,76. Três meses antes, em dezembro de 2024, o valor era de US$ 1.713.918.763,91. A dívida, convertida para a moeda brasileira, representa um impacto superior a R$ 10,3 bilhões.
Esse cenário é reflexo de uma série de financiamentos voltados à exportação de bens e serviços por empresas brasileiras, realizados em anos anteriores. No entanto, apesar de tentativas anteriores de negociação, não há sinais recentes de avanço entre os dois governos.
Em 2023, após a visita de Nicolás Maduro ao Brasil, os países anunciaram a criação de uma instância técnica para tratar do tema. À época, o ministro Fernando Haddad afirmou que a proposta era “reprogramar o pagamento”. As reuniões aconteceram até setembro daquele ano, mas não se tem registro de novos encontros desde então.
Enquanto os juros seguem se acumulando, os números apontam para uma escalada contínua. Em maio de 2023, o passivo estava na casa de US$ 1,27 bilhão. Um ano depois, já beirava US$ 1,6 bilhão. O ritmo de crescimento se manteve nos meses seguintes, com aumento de US$ 75 milhões entre maio e julho e mais US$ 39,7 milhões de agosto a dezembro de 2024.
Sem definições concretas, a dívida se transforma em um ponto de tensão silenciosa entre os países. O Brasil cobra uma solução e a Venezuela, até aqui, não apresenta uma proposta definitiva de quitação.
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