
Conversa em Roma levanta dúvidas sobre real intenção iraniana enquanto alertas sobre ameaça nuclear se intensificam.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Os Estados Unidos voltaram a se envolver em discussões sobre o programa nuclear iraniano. A nova etapa de negociações ocorreu neste sábado (19), em Roma, com intermediação de Omã. O encontro representa mais um passo da atual gestão para conter o avanço do Irã em direção à capacidade de produzir uma arma nuclear.
Do lado iraniano, participa o ministro das Relações Exteriores e principal negociador nuclear, Abbas Araqchi. Representando Washington está o enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff. As conversas ocorrem de forma indireta, com um representante omanita levando as mensagens entre as duas partes. “As duas delegações estão em salas separadas e o ministro de Omã transmite (a cada um) as mensagens das partes”, detalhou o porta-voz iraniano Esmail Baghai à emissora estatal.
Essa retomada do diálogo é marcada por uma mudança clara de postura dos Estados Unidos em relação ao passado recente. Em 2015, um acordo internacional permitiu ao Irã manter parte de seu programa nuclear em troca de um alívio nas sanções. No entanto, foi durante o primeiro mandato de Trump, em 2018, que os EUA se retiraram do pacto, por considerar o acordo ineficaz e permissivo.
Com a saída americana, o Irã começou a se afastar abertamente dos compromissos assumidos. O alerta sobre essa escalada foi reforçado nesta semana pelo diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi. Em uma entrevista, ele afirmou que o Irã “não está longe” de conseguir a arma nuclear. Já em Teerã, declarou: “Estamos em uma fase crucial das negociações importantes. Sabemos que temos pouco tempo”.
De acordo com o último relatório da AIEA, o Irã já possui urânio enriquecido a 60%, nível próximo dos 90% necessários para fabricar armamento nuclear — um cenário que apenas reforça o acerto da decisão de Trump ao abandonar um pacto que apenas iludiu o Ocidente enquanto Teerã seguia avançando.
Agora, como presidente novamente, Trump retoma a frente das negociações com firmeza e desconfiança — características que se mostram mais adequadas diante da conduta do regime iraniano. Enquanto setores internacionais ainda defendem o retorno ao modelo de 2015, os avanços nucleares de Teerã e os alertas da AIEA deixam claro que apenas uma política de vigilância e pressão é capaz de frear de fato as ambições nucleares do Irã.
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