Uma brasileira que desafiou limites, enfrentou obstáculos e conquistou seu espaço na polícia americana.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
A trajetória de Panmela Moura, 38 anos, é um testemunho vivo de resiliência, determinação e coragem. Natural de Recife, Panmela jamais imaginou que um dia trocaria o Brasil pelos Estados Unidos. Criada em uma realidade simples, estudou em escola pública e, com muito esforço, conquistou uma bolsa do Prouni para cursar Direito na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Sua história tomou um rumo inesperado quando, ao visitar os EUA, aceitou um pedido de casamento e decidiu ficar. O que começou como uma mudança por amor se transformou em uma jornada de autodescoberta e superação.
Apaixonada pelas forças armadas e carreiras policiais, Panmela sempre teve o desejo inabalável de servir e proteger. Mesmo longe do Brasil, ela carrega consigo suas raízes pernambucanas, mantendo viva a cultura do seu estado natal e a saudade das tradições que marcaram sua infância.
O Desafio da adaptação
A adaptação não foi fácil. O frio intenso, a barreira linguística, a saudade da família e das comidas brasileiras tornaram os primeiros anos nos EUA extremamente difíceis. No entanto, desistir nunca foi uma opção para Panmela. Determinada a fazer sua nova vida dar certo, ela persistiu, enfrentou cada obstáculo e construiu sua própria história de sucesso.

O sonho policial e a jornada de conquistas
Seu desejo de atuar na área policial vinha desde o Brasil, onde cursou Direito pensando em prestar concursos. Já nos Estados Unidos, sua trajetória começou no Exército Americano, uma escolha estratégica para viabilizar seu sonho de ingressar nas forças policiais. O caminho foi árduo: meses de pesquisa, preenchimento de requisitos e um processo seletivo exaustivo, que incluiu desde exames físicos rigorosos até testes psicológicos e detector de mentiras.
Após seu tempo no Exército, Panmela ingressou em uma das academias de polícia do Texas, onde se formou e deu início à sua jornada como oficial. “Foi um alívio e uma felicidade imensa. Eu consegui!”, relembra emocionada.
Uma carreira de desafios e superações
A rotina policial nos Estados Unidos é intensa. Longas jornadas, pressão constante e decisões que podem custar carreiras – ou vidas. Trabalhando inicialmente em departamentos que atendem chamados do 911, Panmela vivenciou de perto a adrenalina da profissão. Hoje, atua em um departamento mais focado na esfera civil, mas sem deixar de lado a missão de proteger e servir.
Ser mulher em um ambiente predominantemente masculino nunca foi um empecilho, mas sim um desafio a mais. “Aqui não há distinção: se você quer estar na força, precisa dar conta no mesmo nível que os homens. Isso exige muito do nosso corpo, mas a disciplina e o preparo fazem toda a diferença.”

Momentos marcantes e lições de vida
Entre os momentos mais impactantes de sua carreira, Panmela destaca dois: a alegria de ser contratada como policial e a experiência de salvar uma jovem que tentava se jogar de uma ponte. “Foi gratificante saber que eu pude fazer a diferença na vida daquela menina.”
Além disso, há também os desafios emocionais. Trabalhar com despejos e ter que retirar famílias inteiras, muitas vezes com crianças e idosos, de suas casas é uma das partes mais difíceis da profissão.
Hoje, Panmela segue firme em sua jornada. Está cursando um mestrado em Justiça Criminal e sonha em, quem sabe, alcançar uma posição na esfera federal. Sua maior lição? “O esforço aqui é recompensado. Precisamos nos esforçar muito mais do que quem já nasceu aqui, mas com dedicação, conseguimos alcançar nossos objetivos.”
Uma inspiração para outras mulheres
Para as mulheres que sonham em seguir a carreira policial, Panmela deixa um conselho poderoso: “Só entre nessa profissão se você realmente tiver coragem. Pergunte-se se você colocaria seu corpo como um escudo para salvar a vida de alguém que nunca viu na vida. Se a resposta for sim, então vá em frente e não desista até conseguir.”
Com uma história de coragem, persistência e sucesso, Panmela Moura é um verdadeiro exemplo de força feminina. Uma brasileira que cruzou fronteiras, desafiou limites e conquistou seu espaço com mérito e determinação. E, acima de tudo, uma pernambucana que, mesmo longe de casa, carrega consigo o orgulho de suas origens e a paixão pela sua cultura.
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