
Walter esteve escondido durante 25 meses em Berlim durante a perseguição dos nazistas aos judeus.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Walter Frankenstein, sobrevivente do Holocausto e uma das vozes mais ativas na preservação da memória da Segunda Guerra Mundial, faleceu esta semana aos 100 anos.
Nascido em 1924, em uma região da Polônia que então integrava o território alemão, Walter viu sua vida mudar drasticamente após a ascensão do partido Nazista ao poder. Em 1936, aos 12 anos, foi impedido de frequentar a escola por ser judeu. Com ajuda de um tio, sua mãe o enviou para Berlim, onde prosseguiu os estudos e se formou como pedreiro pela Escola Profissional da Comunidade Judaica. Foi em um orfanato judeu da cidade que conheceu sua futura esposa, Leonie Rosner.
Durante o regime nazista, Walter passou mais de dois anos escondido com a família na capital alemã, abrigando-se com amigos ou em prédios destruídos por bombardeios. Em 1945, quando os soviéticos tomaram Berlim, seus filhos estavam entre as 25 crianças judias sobreviventes na cidade.
Após a guerra, a família se mudou para a então Palestina, atual Israel, e em 1956 se estabeleceu definitivamente na Suécia. Apesar da distância, Walter retornou diversas vezes à Alemanha para compartilhar sua história em escolas e eventos públicos. Em 2014, foi agraciado com a Ordem de Mérito, uma das mais altas honrarias do país.
Em suas visitas, sempre carregava uma pequena caixa azul com dois objetos simbólicos: a estrela amarela que foi obrigado a usar durante o nazismo e a medalha da Ordem de Mérito. “A primeira me marcou. A segunda me honrou”, declarou certa vez.
Sua vida é lembrada como um exemplo de coragem, resistência e compromisso com a memória histórica.
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