Mpox avança para 60 países e desafia sistemas de saúde em meio a conflitos e escassez de recursos

Uma criança sofrendo de mpox na unidade de isolamento do Hospital Kavumu, apoiado pela Unicef, na província de Kivu do Sul, República Democrática do Congo Unicef/Jospin Benekire.
Com epicentro na República Democrática do Congo, a varíola dos macacos exige resposta internacional urgente; OMS e CDC África ampliam vacinação e atualizam plano de contenção.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

A mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos) continua sua expansão global, alcançando até agora 60 países, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África (CDC África). A República Democrática do Congo (RD Congo) permanece como o epicentro do surto, onde os esforços de contenção enfrentam sérios obstáculos, como conflitos armados e cortes de financiamento internacional.

Desde agosto de 2024, o vírus ultrapassou fronteiras e chegou a países vizinhos como Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda. Fora da África, os casos registrados são, em sua maioria, importados por meio de viagens, enquanto no continente africano a transmissão comunitária já é confirmada em locais como África do Sul, Sudão do Sul, Tanzânia, Zâmbia e República do Congo.

Vacinação e resposta continental

Mais de 1 milhão de doses da vacina MVA-BN foram distribuídas a 10 países africanos, com destaque para a RD Congo, que recebeu 90% das 650 mil doses já aplicadas. A iniciativa busca ampliar rapidamente a cobertura vacinal, sobretudo nas áreas com maior incidência da doença.

Em resposta à crescente ameaça, o Plano de Resposta Continental foi atualizado com o objetivo de reforçar o monitoramento, o atendimento de saúde e a vacinação. Os países estão sendo orientados a integrar o tratamento da mpox aos serviços de saúde de rotina, para melhorar o diagnóstico precoce e o manejo clínico dos pacientes.

Variantes com transmissão entre humanos

A mpox é uma doença zoonótica, originalmente transmitida por animais infectados, mas que vem apresentando maior capacidade de transmissão entre humanos, especialmente por meio de contato íntimo. Em 2022, o clado IIb se espalhou globalmente, e desde o fim de 2023, a variante clado Ib tem ganhado força.

Essa nova dinâmica levou o CDC África a declarar uma Emergência de Saúde Pública de Segurança Continental, enquanto a OMS anunciou, em agosto de 2024, uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional.

Sintomas e gravidade

A doença causa lesões dolorosas na pele e mucosas, geralmente acompanhadas de febre, dores musculares, dor de cabeça, gânglios inchados e fadiga intensa. Em muitos casos, as lesões são desfigurantes e debilitantes, afetando severamente a qualidade de vida dos pacientes.

Obstáculos à resposta

Apesar do avanço na vacinação, o conflito no leste da RD Congo e a redução na ajuda humanitária limitam o acesso a serviços essenciais e dificultam ações de vigilância e contenção da doença. Profissionais de saúde enfrentam desafios diários para manter o atendimento nas regiões afetadas, como na província de Kivu do Sul, onde unidades de isolamento apoiadas pela Unicef ainda acolhem crianças infectadas.

A comunidade internacional segue atenta, com esforços coordenados para conter a disseminação da mpox antes que o surto se torne uma ameaça global ainda maior.

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