Com quase 9,5 milhões de autuações, o país registra o maior número de infrações nas estradas desde 2007. Excesso de velocidade e casos ligados ao consumo de álcool lideram as ocorrências.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
O Brasil viveu, em 2024, um ano crítico em relação ao comportamento no trânsito, especialmente nas rodovias federais. De acordo com dados divulgados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), o número de infrações registradas nas estradas federais chegou a 9.483.949, estabelecendo um recorde histórico desde o início da série analisada, em 2007.
O levantamento aponta que 2024 superou todos os anos anteriores em autuações. Até então, o recorde pertencia a 2018, que havia totalizado pouco mais de 7,3 milhões de infrações. A escalada nos números chamou a atenção das autoridades, que já discutem novas medidas de fiscalização e educação no trânsito para tentar reverter o cenário.
Velocidade ainda é o maior problema
Entre os dados apresentados, o excesso de velocidade continua sendo o principal motivo das infrações. Em 2024, cerca de 6 milhões de autuações estiveram relacionadas a esse tipo de comportamento, o maior número em 17 anos.
A PRF destacou que a pressa, a imprudência e o desrespeito aos limites legais continuam sendo fatores agravantes em acidentes com vítimas e, muitas vezes, fatais. Além disso, o uso de radares fixos e móveis tem ampliado a capacidade de identificação dos infratores em tempo real.
Álcool e direção: combinação persistente
Outro dado alarmante se refere à condução sob efeito de álcool. Ao longo de 2024, foram registrados:
• 9.591 casos de alcoolemia constatação, quando o teste do bafômetro identifica o teor alcoólico acima do permitido;
• 48.670 casos de alcoolemia recusa, quando o motorista se nega a realizar o teste, o que também é considerado infração gravíssima.
Esses números revelam que, mesmo após campanhas educativas e o endurecimento das punições, o consumo de álcool por motoristas ainda representa um desafio para a segurança nas estradas.
Outros tipos de infrações
Além dos casos já citados, a tabela geral da PRF (não reproduzida aqui por questões legais) traz registros de:
• Ultrapassagens proibidas;
• Uso de celular ao volante;
• Falta do uso do cinto de segurança;
• Transporte de crianças sem os dispositivos exigidos por lei;
• Irregularidades na documentação do veículo ou do condutor.
Preocupação com feriados e períodos de alta movimentação
A PRF informou que os números tendem a subir nos períodos de feriados prolongados e férias escolares, quando o volume de tráfego aumenta e muitos motoristas ignoram regras básicas de segurança.
A corporação pretende, ainda em 2025, reforçar as blitzes educativas e fiscalizações ostensivas, principalmente em regiões com maior índice de acidentes graves, como trechos do Sudeste e do Nordeste.
Um alerta nacional
O aumento das infrações não apenas sobrecarrega os sistemas de fiscalização e justiça, como também reflete um problema de conscientização coletiva. A PRF reforça que a segurança no trânsito é responsabilidade de todos: motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres.
Diante do cenário alarmante, especialistas em mobilidade urbana defendem investimentos urgentes em campanhas educativas, infraestrutura viária mais segura e revisão de políticas públicas de trânsito, com foco na prevenção e na redução da violência nas estradas brasileiras.
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