Número de crianças com autismo cresce nos Estados Unidos e atinge 1 em cada 31, segundo CDC

Estudo revela aumento nas taxas de diagnóstico entre crianças de 8 anos; fatores como maior conscientização e melhores práticas de triagem explicam parte da alta, mas causas exatas ainda são investigadas.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

O número de crianças diagnosticadas com transtorno do espectro autista (TEA) nos Estados Unidos continua em alta. Segundo dados divulgados recentemente pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), uma em cada 31 crianças de 8 anos recebeu diagnóstico de autismo em 2022. Essa é a maior taxa já registrada desde o início do monitoramento, evidenciando um crescimento contínuo da condição no país.

Os dados foram publicados pelo CDC em abril de 2025, com base em um levantamento realizado em 2022, abrangendo 16 centros de vigilância em 14 estados e em Porto Rico. O estudo é parte do Autism and Developmental Disabilities Monitoring (ADDM), um programa nacional que acompanha a prevalência e as características do autismo em crianças americanas.

Em comparação com anos anteriores, a taxa atual representa um aumento significativo. Em 2020, a prevalência era de 1 em 36 crianças, e, em 2018, de 1 em 44. O novo dado equivale a aproximadamente 3,2% das crianças americanas de 8 anos — uma tendência que preocupa profissionais de saúde, educadores e famílias.

Diferenças regionais e demográficas

O estudo revelou variações substanciais entre diferentes regiões. Em San Diego, Califórnia, por exemplo, a prevalência foi de 1 em 19 crianças, enquanto no sul do Texas, a proporção foi bem menor: 1 em 103.

Além disso, as taxas de diagnóstico continuam sendo mais elevadas entre meninos do que entre meninas. O relatório também mostrou que, pela primeira vez, as taxas entre crianças negras, hispânicas e asiáticas superaram as de crianças brancas, o que pode indicar avanços na equidade no acesso a diagnósticos e cuidados de saúde.

Causas e interpretações

Segundo os especialistas do CDC, o aumento nas taxas de autismo pode ser parcialmente explicado por uma série de fatores, incluindo:

  • Maior conscientização pública sobre o transtorno;

  • Melhoria nas ferramentas de triagem e nos critérios de diagnóstico;

  • Aumento da capacitação dos profissionais de saúde e educação.

Contudo, os cientistas alertam que essas explicações não são suficientes para justificar toda a elevação observada. Estudos adicionais estão em andamento para compreender melhor os fatores ambientais, genéticos e sociais que possam estar contribuindo para o aumento dos diagnósticos.

“A detecção precoce e o acesso a serviços são fundamentais para melhorar os resultados de crianças com TEA. Ainda assim, precisamos investigar mais profundamente o que está por trás desse crescimento consistente”, declarou à Reuters a pesquisadora principal do relatório, Catherine Rice.

Importância da informação precisa

Apesar de teorias que tentam associar o autismo a vacinas, a comunidade científica reitera que não há qualquer evidência que comprove essa ligação. Organizações como a OMS, a American Academy of Pediatrics e o próprio CDC reforçam que as vacinas são seguras e essenciais para a saúde pública.

O crescente número de diagnósticos tem impulsionado políticas públicas e iniciativas voltadas ao apoio de famílias e à inclusão escolar e social de pessoas com TEA. Ao mesmo tempo, reforça a necessidade de investimentos contínuos em pesquisa, formação profissional e suporte psicossocial.

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