Augusto Melo, Marcelo Mariano e Sérgio Moura são investigados por supostas irregularidades no patrocínio com a operadora de apostas.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
A Polícia Civil de São Paulo intimou, na última quarta-feira (2), o presidente do Corinthians, Augusto Melo, o ex-diretor administrativo Marcelo Mariano e Sérgio Moura, antigo superintendente de marketing do clube, para prestarem depoimento sob condição de investigados no caso VaideBet. O caso envolve a investigação sobre irregularidades no patrocínio firmado entre o clube e a operadora de apostas em 2024.
Marcelo Mariano será o primeiro a depor, no dia 14 de abril, seguido por Sérgio Moura no dia 15. Augusto Melo encerrará as oitivas no dia 16 de abril. O inquérito está sob a responsabilidade do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) e da terceira delegacia, que cuida de casos de lavagem de dinheiro, com o apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). O delegado responsável pela investigação é Tiago Fernando Correia.
Desde o ano passado, mais de 20 pessoas já foram ouvidas como testemunhas sobre o suposto esquema envolvendo o patrocínio, com exceção de Alex Cassundé, o intermediário do contrato com a VaideBet. Nos últimos dias, membros da diretoria do Corinthians também foram chamados a depor, incluindo o primeiro vice-presidente, Osmar Stábile, e Luiz Ricardo Alves, o Seedorf, então diretor adjunto do departamento financeiro do clube.
A reportagem procurou o Corinthians para comentar sobre as datas dos depoimentos, mas a posição do clube é de tratar o caso com naturalidade. Augusto Melo, conforme informado, irá depor e esclarecer as dúvidas das autoridades.
Entenda o caso
A investigação da Polícia Civil sobre o repasse de valores relacionados à comissão do patrocínio da VaideBet começou em maio do ano passado. O inquérito foi aberto após a denúncia feita pelo “Blog do Juca Kfouri”, que apontava que a empresa Rede Social Media Design, responsável pela intermediação do contrato, teria repassado R$ 900 mil para a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda., uma empresa considerada fantasma. O nome de Edna Oliveira dos Santos está registrado na empresa, mas ela afirma não saber de sua existência.
A Polícia identificou que a Neoway tem relação com outras empresas fantasmas, o que intensificou as suspeitas sobre a operação. Como consequência, a VaideBet rompeu o contrato com o Corinthians, alegando danos à sua imagem. A rescisão do contrato foi oficializada em 7 de junho de 2024. O contrato inicial, assinado em janeiro de 2024, tinha validade até 2026 e envolvia um pagamento total de R$ 370 milhões.
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