
Quatro pastas do governo americano analisam medida contra o ministro do STF, alvo de duras críticas de aliados de Trump e de Elon Musk.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A atuação do ministro brasileiro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal começa a gerar reações formais no exterior. Nos Estados Unidos, uma proposta de sanções contra ele vem sendo avaliada internamente pelo governo de Donald Trump, envolvendo quatro áreas estratégicas da administração.
O tema ganhou mais projeção após declarações de Jason Miller, conselheiro político ligado ao ex-presidente americano. Em uma fala contundente, ele afirmou que Moraes é a “maior ameaça à democracia no hemisfério ocidental”. O comentário repercutiu rapidamente, principalmente entre figuras ligadas ao campo conservador.
O processo de avaliação da medida ainda está em curso e envolve diferentes esferas do governo norte-americano. A proposta precisa ser analisada pelo Departamento de Estado, que cuida da política externa, além de órgãos como o Departamento de Segurança Nacional, o Tesouro e o Conselho Jurídico da Casa Branca. Cada setor deve apresentar seu parecer técnico e político antes que o texto chegue ao próprio Donald Trump para decisão final.
Entre os que participam das discussões está Marco Rubio, à frente da Secretaria de Estado. Quando senador, Rubio já havia criticado decisões do magistrado brasileiro, classificando a suspensão da rede social X como uma tentativa de enfraquecer liberdades civis no Brasil. Em suas palavras, foi uma “manobra para minar as liberdades básicas no Brasil”.
Outro nome relevante no processo é o coronel Mike Waltz, que lidera o Conselho de Segurança Nacional. Waltz tem um histórico de resistência a governos com laços próximos à China, e acompanha de perto movimentos de países latino-americanos considerados alinhados a Pequim.
A inclusão do Departamento do Tesouro se dá pela possibilidade de sanções financeiras, como o bloqueio de bens do ministro caso haja aprovação da medida. Já o Conselho Jurídico da Casa Branca é o responsável por revisar a legalidade da proposta dentro das normas americanas.
Fontes ligadas ao governo Trump revelam que integrantes da equipe já entraram em contato com figuras brasileiras para aprofundar a coleta de informações. Entre eles, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo, que estariam contribuindo com dados sobre decisões recentes do STF.
Esse contexto também está ligado ao embate entre Moraes e Elon Musk, dono da rede X. Musk tem criticado publicamente decisões judiciais brasileiras que impactam o funcionamento da plataforma. Em uma de suas postagens, chegou a perguntar se Alexandre de Moraes “possui bens” nos Estados Unidos.
O clima de confronto se intensificou nos últimos meses e já gerou reações no Congresso brasileiro. Em março, o senador Lindbergh Farias (PT) solicitou a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro, sob a acusação de envolvimento em articulações internacionais. O pedido, no entanto, foi rejeitado pelo Supremo.
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