Presos há quase dois anos sem condenação, ex-militar mineiro, major da PMDF e empresário deixam a prisão após atuação firme de parlamentares.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O ministro Alexandre de Moraes, pressionado por parlamentares da oposição e por familiares de detidos, autorizou a soltura de três presos políticos que estavam há quase dois anos privados de liberdade sem julgamento. A decisão do STF beneficiou Marco Alexandre Machado de Araújo, Cláudio Mendes dos Santos e Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior, nomes frequentemente citados entre os casos mais gritantes de abuso judicial após os episódios de 8 de janeiro.
A prisão prolongada dessas pessoas, mesmo sem denúncia formal ou provas concretas de depredação, é considerada por muitos juristas e parlamentares uma grave violação de direitos. Desde 2023, familiares e advogados lutam pela liberdade dos envolvidos, denunciando arbitrariedades e ausência de critérios legais nas decisões do Supremo.
Um dos libertados, Marco Alexandre, ex-policial militar de Minas Gerais, estava no Complexo da Papuda desde abril de 2023, quando se apresentou por conta própria à Polícia Federal. Em carta enviada à família e tornada pública meses depois, ele declarou: “Me apresentei voluntariamente à Polícia Federal (PF) de Brasília. Sabia da minha conduta como cidadão.”
As imagens apresentadas pela defesa de Marco mostram que ele estava dentro do prédio do STF, mas não destruía nada. Pelo contrário: segundo os advogados, o ex-militar tentava conter danos ao patrimônio, auxiliando a Polícia Legislativa. Ainda assim, permaneceu trancado por mais de um ano e meio, sem julgamento, como muitos outros brasileiros tratados como criminosos sem sequer terem seus casos analisados com isenção.
Também obtiveram liberdade o major Cláudio Mendes dos Santos, da Polícia Militar do Distrito Federal, e o empresário Ramiro dos Caminhoneiros. Ambos estavam em situação semelhante: presos preventivamente, com processos paralisados e sem qualquer prova de participação em atos de vandalismo.
A mobilização da oposição no Congresso foi decisiva. A bancada tem denunciado reiteradamente os excessos cometidos sob a relatoria de Alexandre de Moraes. O deputado Coronel Zucco (PL-RS), líder da oposição, reforçou o compromisso com os direitos fundamentais: “Temos muito trabalho pela frente. Mas nossa pressão está surtindo efeito. Seguiremos firmes na luta pela liberdade dos demais presos e anistia a todos os perseguidos e exilados políticos do Brasil.”
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