Cerca de 100 torcedores organizados protestaram pacificamente no treino da equipe; Polícia Militar foi acionada, mas não houve violência ou depredação.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
O clima de tensão que se instalou no Santos após a sequência de maus resultados no Campeonato Brasileiro chegou ao ápice na tarde desta segunda-feira (28). Cerca de 100 integrantes de uma torcida organizada invadiram o CT Rei Pelé para cobrar os jogadores e a diretoria do clube.
O grupo entrou por um portão lateral do centro de treinamento, que estava destrancado por conta de um amistoso da equipe sub-15 que acontecia no local. Os torcedores se dirigiram ao campo principal, onde parte do elenco profissional realizava atividades, e ali fizeram cobranças diretas aos atletas.
A Polícia Militar foi chamada, mas não precisou intervir fisicamente. Segundo o tenente Marcus, porta-voz da corporação, o protesto não teve registros de violência ou depredação. Todos os envolvidos foram identificados, e um boletim de ocorrência será encaminhado ao Ministério Público.
“Eles aproveitaram a conveniência de um portão aberto e acessaram a área. Tiveram contato direto com os jogadores, mas sem agressões. Apesar do acesso indevido, tudo ocorreu de forma pacífica”, explicou o tenente.
Dirigente cobrado; presidente ausente
No momento do protesto, o único dirigente presente era Pedro Martins, CEO do clube, que também foi abordado pelos torcedores. O presidente Marcelo Teixeira não estava no CT, apesar de ter sido chamado pelos manifestantes.
A Torcida Jovem do Santos assumiu a autoria do ato por meio de um áudio divulgado nas redes sociais. No comunicado, um representante afirmou que o protesto teve como objetivo cobrar uma postura mais combativa dos jogadores e mudanças estruturais na gestão do clube.
“Fomos ao CT para falar com todos os setores do clube. Infelizmente, só conseguimos conversar com os jogadores e o Pedro Martins. A cobrança foi por mais atitude e responsabilidade. O elenco tem qualidade no papel, mas falta vontade em campo, especialmente na Vila Belmiro”, disse o porta-voz da organizada.
O dirigente Pedro Martins já havia sido criticado recentemente por declarar que o “saudosismo pode matar o clube”. Após a derrota por 2 a 1 para o Red Bull Bragantino, na Vila Belmiro, ele evitou contato com a imprensa.
Reações e cenário
O clima já era tenso desde o domingo, quando parte da torcida vaiou o atacante Guilherme durante a partida. Marcelo Teixeira, presidente do clube, também tem sido alvo de críticas por demorar a oficializar um novo treinador, embora o clube tenha anunciado a contratação de Cleber Xavier, ex-auxiliar de Tite, pouco depois da invasão.
Viaturas da PM permaneceram na entrada do CT para monitorar a movimentação até a dispersão completa dos torcedores. A direção do Santos informou que, por ora, não comentará o episódio.
O Peixe ocupa a penúltima colocação no Brasileirão e vive um dos momentos mais delicados de sua história recente.
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