IBGE expõe avanço do desemprego no Brasil em 2025

Desigualdades escancaradas e falta de rumo marcam o início de 2025 no mercado de trabalho.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

Enquanto o governo federal se ocupa em manter discursos otimistas, os números divulgados pelo IBGE derrubam qualquer tentativa de maquiagem da realidade. O levantamento mais recente revela que o desemprego cresceu em 12 unidades da federação entre o último trimestre de 2024 e os primeiros meses de 2025. A taxa média nacional, que já não era das melhores, saltou de 6,2% para 7%.

O chamado “coração econômico do país”, São Paulo, não escapou da piora e também registrou aumento: passou de 6,9% para 7,2%. Já nas pontas da lista, o Nordeste mais uma vez amarga os piores índices, com Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%) puxando a fila da desocupação.

Em meio ao caos, Santa Catarina permanece como exceção: 3% de desemprego e uma distância abismal da média nacional. Um caso isolado, que pouco representa a realidade da maioria dos brasileiros.

Por trás dos números secos da taxa de desocupação, o cenário é ainda mais grave quando se considera a subutilização da força de trabalho. No Brasil, essa taxa chegou a 15,9%. Estados como Piauí (34%), Bahia e Alagoas (ambos com 27,5%) enfrentam uma crise silenciosa: gente que trabalha menos do que poderia ou sequer encontra chance de buscar um emprego.

As desigualdades sociais não dão trégua nem quando o assunto é o direito de trabalhar. “Enquanto os homens enfrentaram uma taxa de desemprego de 5,7%, as mulheres lidaram com um índice bem maior: 8,7%.” A disparidade racial também é evidente: “Entre os brancos, o desemprego foi de 5,6%. Pretos e pardos enfrentaram índices de 8,4% e 8%, respectivamente.”

No quesito escolaridade, o abismo é mais um velho conhecido. “Pessoas com ensino médio incompleto enfrentaram taxa de desocupação de 11,4%, quase o triplo do índice registrado entre os brasileiros com diploma universitário, que ficou em 3,9%.” O acesso ao ensino de qualidade continua sendo um filtro perverso que define quem tem alguma chance de estabilidade e quem está condenado a sobreviver de bico em bico.

Enquanto isso, Brasília segue distante do chão batido da realidade. Os dados do IBGE não são apenas frios: eles denunciam a omissão, a falta de estratégia e a repetição de políticas genéricas que falham em alcançar quem mais precisa.

Se existe uma “recuperação”, ela não aparece na mesa da maioria. E, com a crise batendo à porta de cada vez mais lares, já não basta discurso — o que falta é trabalho.

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