As multas fazem parte de um esforço do governo Trump para combater a imigração ilegal no país, com valor máximo de US$ 1,8 milhão.
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
Vivendo nos Estados Unidos ilegalmente, Wendy Ortiz, de 32 anos, foi multada recentemente em US$ 1,8 milhão pelas autoridades de imigração do país. Ela trabalha em um frigorífico da Pensilvânia, onde reside há uma década após fugir de El Salvador para escapar de ameaças de gangues e de um ex-parceiro violento.
Ortiz cruzou a fronteira em 2015 e foi liberada para dar prosseguimento ao seu pedido de asilo, após um oficial constatar que ela tinha um temor crível de perseguição. Ela recebeu ordem de deportação depois de não comparecer a um tribunal em 2018, mas afirma que nunca foi notificada para comparecer à audiência no tribunal de imigração.
A advogada da imigrante solicitou ajuda humanitária dos Estados Unidos em 8 de janeiro, sob a justificativa de que ela corria perigo em El Salvador e que seu filho não teria acesso a serviços para crianças autistas. A solicitação pedia “discrição do Ministério Público” e que o governo reabrisse e arquivasse o caso de deportação contra Ortiz. Entretanto, com o aumento da fiscalização contra imigrantes irregulares, ela acabou multada.
Multas
O governo dos EUA tem aplicado multas a imigrantes irregulares que variam de milhares de dólares a pouco mais de US$ 1,8 milhão. Quem já foi multado recebeu notificação para contestar a penalidade em até 30 dias, por escrito, sob juramento e com provas de que a multa não deveria ser aplicada.
As punições pecuniárias integram o esforço do governo Trump para fazer com que os imigrantes que estão morando no país ilegalmente deixem os Estados Unidos de forma voluntária. Nesse sentido, o governo lançou recentemente um programa de “autodeportação”, que concede bônus de US$ 1 mil para migrantes ilegais saírem do país espontaneamente.
O plano de Trump prevê multas de US$ 998 por dia para aqueles que não deixarem os EUA após uma ordem de deportação. O governo pretende emitir multas retroativas por até cinco anos, chegando ao valor máximo de US$ 1,8 milhão. Também existe a possibilidade de confisco dos bens dos imigrantes que não puderem pagar.
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