Três novos remédios passam a ser ofertados gratuitamente e ajudam a reduzir sintomas, melhorar a qualidade de vida e enfrentar os impactos sociais da doença.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
Pacientes com dermatite atópica já podem contar com um cuidado mais abrangente na rede pública de saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou recentemente três novos medicamentos ao tratamento da doença, que é uma condição crônica, não contagiosa, caracterizada por inflamação na pele, lesões, coceira intensa e, muitas vezes, consequências psicossociais importantes.
Com a inclusão do tacrolimo tópico, do furoato de mometasona e do metotrexato, o SUS passa a oferecer alternativas terapêuticas desde os quadros leves até os mais graves da dermatite atópica. A iniciativa atende a uma necessidade crescente de pacientes que apresentavam resistência aos tratamentos anteriores ou tinham contraindicação ao uso de corticoides.
Mais acesso e menos estigma
As novas opções terapêuticas são fundamentais não apenas para o controle da doença, mas também para o enfrentamento do preconceito que muitas pessoas ainda enfrentam em razão das lesões visíveis na pele. Crianças em idade escolar, por exemplo, podem ser especialmente afetadas por esse estigma, comprometendo a frequência às aulas e a interação social.
O acesso gratuito aos novos medicamentos deve contribuir significativamente para a redução das limitações impostas pela doença e proporcionar melhora na autoestima, bem-estar e qualidade de vida dos pacientes.
Medicamentos disponíveis na rede pública
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Tacrolimo tópico (0,03% e 0,1%): pomada indicada para áreas sensíveis do corpo, como o rosto. Atua reduzindo a permeabilidade da pele e fortalecendo sua barreira protetora, sendo uma alternativa aos corticoides.
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Furoato de mometasona (0,1%): pomada de alta potência e boa adesão, indicada para regeneração da pele e alívio rápido dos sintomas.
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Metotrexato (oral): imunossupressor usado em casos graves, indicado para pacientes que não podem utilizar ciclosporina. Atua no controle da inflamação e reduz a necessidade de corticoides sistêmicos.
Esses medicamentos passam a integrar o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Dermatite Atópica, atualmente em processo de atualização. A iniciativa amplia significativamente a linha de cuidado oferecida pelo SUS.
Panorama da doença e assistência no SUS
A dermatite atópica é uma doença genética e crônica, que pode aparecer na infância, adolescência ou idade adulta. Os sintomas variam entre os pacientes e costumam se concentrar em áreas de dobras do corpo, como cotovelos, joelhos e pescoço. A condição também pode atingir o rosto, especialmente em crianças pequenas.
Na rede pública, o tratamento envolve desde terapias tópicas com pomadas e hidratantes até medicamentos orais para os casos mais graves. Atualmente, o SUS já disponibiliza outras opções, como a ciclosporina, a dexametasona e o acetato de hidrocortisona.
Entre 2024 e 2025, o SUS registrou mais de 500 mil atendimentos ambulatoriais e cerca de 1 mil internações hospitalares relacionados à dermatite atópica. O cuidado vai desde a consulta com profissionais da atenção primária até o encaminhamento para especialistas, conforme o quadro clínico.
Como acessar o tratamento
Para iniciar o acompanhamento, o paciente deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Após a avaliação clínica, poderá ser encaminhado a um especialista, que indicará o tratamento mais adequado, com base na gravidade do caso e nas diretrizes clínicas atualizadas.
Com a ampliação do acesso a tratamentos eficazes e seguros, o SUS reforça seu papel no enfrentamento das doenças crônicas e no combate às desigualdades no acesso à saúde.
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