Mulher de 23 anos tentou matar a criança e tirar a própria vida em Santo Antônio do Descoberto (GO); crime teria sido motivado por pressão de agiotas ligados ao “jogo do tigrinho”.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Santo Antônio do Descoberto (GO) — Um crime brutal chocou a população do Entorno do Distrito Federal na última sexta-feira (23). Uma mulher de 23 anos foi presa em flagrante após tentar assassinar a própria filha, de apenas 2 anos de idade, dentro da residência onde viviam, no município de Santo Antônio do Descoberto, em Goiás.
Segundo a Polícia Civil, a mãe esfaqueou a menina por diversas vezes, atingindo o pescoço e o tórax da criança. A motivação seria o desespero gerado por dívidas acumuladas em apostas virtuais no chamado “jogo do tigrinho”, plataforma ilegal que tem atraído milhares de brasileiros com promessas de lucro fácil — e mergulhado muitos em dívidas impagáveis.
Após o ataque, a jovem tentou cometer suicídio, sendo encontrada ferida ao lado da filha, em uma cena descrita como “devastadora” pelos primeiros socorristas. No local, os investigadores recolheram uma faca suja de sangue e uma carta de despedida, reforçando a hipótese de que a mulher planejava uma ação premeditada e desesperada.
A criança sobreviveu ao ataque e foi socorrida com vida. Ela foi levada em estado grave para um hospital no Distrito Federal, onde segue internada sob cuidados médicos intensivos. Já a mãe recebeu atendimento médico emergencial e, em seguida, foi encaminhada à delegacia da cidade, onde prestou depoimento.
Durante o interrogatório, a jovem revelou que vinha sofrendo ameaças de agiotas, motivadas pelas dívidas contraídas nas apostas. Em estado emocional abalado, ela afirmou temer que a filha fosse criada por familiares após sua morte, o que a levou a cometer o crime.
“Ela declarou que não queria que a filha fosse criada por outras pessoas e que via o fim como única saída. Trata-se de um caso de extrema gravidade, com forte componente emocional e psicológico”, afirmou a delegada Nathália Luz, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM).
Diante da gravidade dos fatos, a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva pela Justiça. O caso segue em investigação, e os detalhes correm sob segredo de Justiça. A mulher poderá responder por tentativa de homicídio qualificado, com pena que pode ultrapassar 20 anos de prisão.
A tragédia acende um alerta sobre os efeitos devastadores de jogos de azar ilegais e o aliciamento de pessoas vulneráveis por redes de agiotagem digital. A Polícia Civil reforça a importância de denúncias anônimas e do apoio psicológico para famílias em situação de crise.
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