
Equipes de peritos em 12 estados agilizam análise de bens de luxo, equipamentos eletrônicos e documentos físicos para desvendar o alcance da organização criminosa.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A operação que investiga um dos maiores esquemas de fraude já registrados contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) segue em andamento com o reforço das perícias conduzidas pela Polícia Federal em várias regiões do país. Ao todo, profissionais de 12 estados participam da análise de um volume expressivo de materiais apreendidos, que vão desde obras de arte até computadores e anotações manuscritas.
As diligências, que começaram com o cumprimento de dezenas de mandados de busca e apreensão, revelaram indícios robustos de uma estrutura criminosa altamente organizada e distribuída nacionalmente. A prioridade agora, segundo fontes ligadas à investigação, é decifrar os conteúdos armazenados em dispositivos eletrônicos e validar a procedência dos bens confiscados.
Obras de arte e carros de luxo sob investigação
Nos estados onde os inquéritos tramitam, os itens apreendidos permanecem sob custódia local. Em São Paulo, por exemplo, peritos se dedicam a autenticar quadros e peças de arte de alto valor, suspeitos de terem sido adquiridos para ocultar recursos oriundos de fraudes previdenciárias. Na sede da Polícia Federal de Sergipe, veículos de luxo são submetidos a avaliações técnicas para verificar procedência, origem financeira e possíveis vínculos com empresas de fachada.
Análises digitais e documentais em ritmo simultâneo
A Polícia Federal montou equipes específicas para a análise de celulares, notebooks e documentos físicos. Diferente de operações anteriores, desta vez os peritos atuam de forma paralela: enquanto uns vasculham mensagens e registros em dispositivos eletrônicos, outros se concentram em cadernos de anotações, planilhas impressas e recibos suspeitos.
Essa divisão permite agilizar o fluxo de informações e cruzamento de dados, otimizando a possibilidade de identificar conexões entre os investigados. Fontes próximas à investigação informaram que não há uma sequência obrigatória entre as perícias, o que permite que o trabalho avance simultaneamente em várias frentes.
Depoimentos só após perícias preliminares
Apesar do ritmo acelerado nas análises, a Polícia Federal informou que os depoimentos dos investigados só devem ser agendados após a conclusão das perícias iniciais. A estratégia é fundamentada na busca por indícios mais sólidos, que permitam confrontar suspeitos com informações detalhadas e evidências diretas de seu envolvimento.
A expectativa é que, com o material digital e documental devidamente periciado, as oitivas possam fornecer peças adicionais ao quebra-cabeça investigativo, consolidando provas que sustentem futuras denúncias.
Operação segue sob sigilo
O inquérito corre sob sigilo de Justiça, mas o volume e a diversidade dos bens apreendidos, bem como o envolvimento de figuras públicas e empresários, têm chamado a atenção de autoridades e da sociedade. Estima-se que as fraudes possam ter causado prejuízos bilionários aos cofres públicos, em um esquema que envolvia desde a concessão irregular de benefícios até a criação de empresas fictícias para lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal segue monitorando possíveis desdobramentos e a movimentação de valores no Brasil e no exterior, enquanto as perícias tentam desvendar até onde vai a rede de conexões entre os investigados.
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