Casos são considerados isolados, mas autoridades reforçam alerta para prevenção em áreas de risco.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) confirmou, nessa semana, mais duas mortes por febre do Oropouche, uma arbovirose emergente no Brasil que vem sendo monitorada de perto por autoridades sanitárias. Com os novos registros, o estado soma três óbitos pela doença em 2025, ano em que o número de casos também disparou.
As vítimas mais recentes são duas mulheres jovens: uma de 34 anos, moradora de Macaé, e outra de 23 anos, residente em Paraty, na Costa Verde. Ambas apresentaram os primeiros sintomas no mês de março, foram hospitalizadas e vieram a óbito poucos dias depois. Segundo a SES-RJ, os casos são considerados episódios isolados, pois não houve novas mortes nem evolução grave desde então.
O que é a febre do Oropouche?
A febre do Oropouche é causada por um vírus do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae, e tem como principal vetor o maruim (também conhecido como mosquito-pólvora), um inseto muito comum em áreas de floresta, matas e zonas ribeirinhas. Em alguns casos, o vírus também pode ser transmitido por mosquitos Culex (pernilongos urbanos), o que preocupa especialistas devido ao potencial de urbanização da doença.
A doença provoca sintomas parecidos com os da dengue e chikungunya:
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Febre alta e súbita
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Dor de cabeça intensa
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Dores musculares e nas articulações
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Náuseas e vômitos
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Fotofobia (sensibilidade à luz)
Em raras ocasiões, pode evoluir para complicações neurológicas, como meningite viral ou encefalite.
Situação atual no estado do Rio de Janeiro
Até o dia 21 de maio, foram 1.581 casos confirmados da febre do Oropouche no estado. A maior parte das notificações ocorreu em cidades próximas a áreas de mata ou com presença de rios e florestas tropicais. Os municípios com mais casos são:
| Município | Casos Confirmados |
|---|---|
| Cachoeiras de Macacu | 649 |
| Macaé | 502 |
| Angra dos Reis | 320 |
| Guapimirim | 168 |
| Paraty | 131 |
Embora os números chamem atenção, a maioria dos casos apresentou evolução benigna, com sintomas resolvidos entre cinco e sete dias, conforme indicam dados da Vigilância Epidemiológica estadual.
Como se proteger?
Segundo o Ministério da Saúde e a Fiocruz, não há vacina nem tratamento específico contra o vírus do Oropouche. O cuidado principal está na prevenção da picada do inseto transmissor:
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Use roupas compridas, principalmente em áreas de vegetação densa.
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Aplique repelente nas áreas expostas do corpo, inclusive em ambientes internos.
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Mantenha terrenos limpos, sem folhas acumuladas ou água parada.
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Instale telas nas janelas e portas.
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Evite atividades ao ar livre no amanhecer e entardecer, períodos de maior atividade do maruim.
A Secretaria de Saúde também orienta que moradores e visitantes de áreas com casos confirmados redobrem os cuidados, principalmente crianças, gestantes e idosos, considerados mais vulneráveis.
Quando procurar atendimento médico?
Procure uma unidade de saúde imediatamente se houver:
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Febre alta súbita acompanhada de dor intensa no corpo
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Vômitos persistentes ou desidratação
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Confusão mental ou rigidez na nuca (sinais de complicações neurológicas)
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais específicos, como o RT-PCR, disponível em centros de referência como o Lacen-RJ.
Monitoramento e alerta
A febre do Oropouche ainda é pouco conhecida da população, mas está em expansão no Brasil. Casos foram registrados nos últimos anos na Região Norte, especialmente no Pará, Amazonas e Acre, e agora se espalham para o Sudeste. Em 2024, o Ministério da Saúde incluiu o Oropouche no monitoramento nacional de arboviroses, ao lado de dengue, zika e chikungunya.
A SES-RJ mantém equipes de vigilância em campo e reforça que a notificação de casos suspeitos é obrigatória, ajudando no controle da doença.
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