Ednaldo Rodrigues desiste de voltar à presidência da CBF e abre caminho para novas eleições

Foto: Reprodução.
Após decisão judicial que o afastou definitivamente, ex-presidente da CBF deseja sorte ao sucessor e encerra batalha no STF. Fernando Sarney convoca eleições para o dia 25 de maio, com Samir Xaud como único candidato.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

Ednaldo Rodrigues, presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), desistiu de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reassumir o cargo. Em uma petição apresentada nesta segunda-feira (19), a defesa de Ednaldo informou que o ex-dirigente decidiu não continuar sua luta judicial, após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) tê-lo afastado da presidência da entidade na semana passada.

No documento, Ednaldo alegou que os últimos acontecimentos, incluindo seu afastamento, causaram impactos significativos em sua vida pessoal, especialmente em relação à sua família.

O ex-presidente também expressou sua decisão de não seguir disputando cargos na nova eleição da CBF, convocada por um interventor, e desejou sucesso ao futuro presidente da entidade.

“Este gesto, sereno e consciente, representa o esforço do Peticionário em deixar para trás este último ato do litígio, rejeitar narrativas que ferem sua honra e de sua família, e reafirmar, diante dessa Suprema Corte, seu compromisso com o respeito à Justiça, à verdade dos fatos e à estabilidade institucional da Confederação Brasileira de Futebol”, afirmou a defesa de Ednaldo.

Ele ainda declarou: “Em relação às novas eleições convocadas pelo interventor, não estarei concorrendo a qualquer cargo ou apoiando qualquer candidato, desejando sucesso e boa sorte àqueles que vão assumir a gestão do futebol brasileiro.”

A guerra judicial e os desdobramentos

A desistência de Ednaldo Rodrigues marca o fim de um longo processo judicial que envolveu disputas intensas sobre sua permanência no cargo. Em dezembro de 2023, ele foi afastado da presidência da CBF após uma decisão judicial que apontava irregularidades na eleição que o elegeu, em 2022.

No entanto, em janeiro de 2024, o STF havia concedido uma liminar que o reconduziu ao cargo, alegando que a CBF poderia sofrer punições internacionais caso estivesse sob a liderança de uma chapa não reconhecida pela Fifa e pela Conmebol.

O retorno de Ednaldo ao cargo, contudo, foi permeado por controvérsias. A liminar de Gilmar Mendes, concedida em um processo mais amplo sobre a legitimidade de acordos entre o Ministério Público e entidades esportivas, possibilitou o retorno de Ednaldo à presidência.

Esse processo envolvia a CBF, que havia promovido alterações em seu estatuto por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), celebrado com o Ministério Público do Rio de Janeiro.

Em fevereiro de 2025, um acordo entre Ednaldo e seus opositores foi homologado pelo STF, com a intenção de resolver as disputas jurídicas relacionadas à eleição de 2022. Porém, uma denúncia de falsificação da assinatura de Coronel Nunes, ex-presidente da CBF e um dos signatários do acordo, reacendeu as tensões.

O afastamento definitivo e o novo pleito

A denúncia de falsificação levou à abertura de uma nova investigação e ao pedido de afastamento de Ednaldo por parte da deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil/RJ) e do vice-presidente da CBF, Fernando Sarney. Inicialmente, o ministro Gilmar Mendes negou os pedidos, mas determinou uma investigação mais detalhada sobre o caso.

A situação se complicou ainda mais quando Coronel Nunes, que enfrenta um câncer cerebral e apresentou dificuldades cognitivas, não compareceu à audiência de esclarecimento, nem mesmo por videoconferência. Como resultado, a Justiça determinou o afastamento definitivo de Ednaldo.

Com isso, Fernando Sarney foi nomeado interventor da CBF e convocou novas eleições para a presidência da entidade, marcadas para o dia 25 de maio. A única candidatura registrada até o momento é a de Samir Xaud, atual presidente da Federação Roraimense de Futebol, que foi o único a se inscrever para o pleito. Xaud só iniciaria seu mandato em 2027, caso seja eleito.

Ancelotti na CBF

A turbulência judicial não impediu a CBF de seguir com sua programação. A contratação do técnico Carlo Ancelotti, que substituirá Dorival Júnior no comando da Seleção Brasileira, foi um dos principais anúncios recentes da entidade.

Ancelotti, que já havia declarado que sua decisão de aceitar o cargo estava pautada em um contrato com a CBF e não com Ednaldo Rodrigues, dará início ao seu trabalho na próxima segunda-feira (25), quando fará sua primeira convocação para os jogos da Seleção nas partidas contra Equador e Paraguai, válidas pela Data Fifa.

O futuro da CBF permanece marcado por incertezas políticas, mas, ao menos no campo esportivo, a chegada de Ancelotti visa trazer estabilidade à Seleção Brasileira, após um período conturbado. O novo técnico italiano fará sua estreia nas eliminatórias para a Copa do Mundo, e sua chegada representa uma tentativa de reconstruir a imagem da Seleção em meio aos desafios fora de campo.

Leia também:

Prisão de Tuta na Bolívia expõe esconderijo do PCC e reforça caçada a líderes do crime organizado

Corinthians vence o Santos e retoma fôlego no Brasileirão

Governo dos EUA nega realização de reality show em que imigrantes disputariam cidadania

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*