Estudo brasileiro revela potencial da crotoxina, proteína do veneno da cascavel, no combate ao câncer de mama

Imagem: caioacquesta/Shutterstock
Substância extraída do veneno da cascavel eliminou células tumorais agressivas em testes laboratoriais, sem afetar células saudáveis.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da Universidade de São Paulo (USP) divulgaram recentemente resultados promissores sobre o uso da crotoxina, uma proteína presente no veneno da cascavel (Crotalus durissus terrificus), no combate ao câncer de mama triplo negativo, um dos tipos mais agressivos e de difícil tratamento da doença.

O que é a crotoxina?

A crotoxina é um polipeptídeo isolado do veneno da cascavel, conhecido por suas propriedades tóxicas. No entanto, estudos anteriores já haviam apontado seu potencial anti-inflamatório e antitumoral. Neste novo estudo, os pesquisadores testaram a crotoxina em células tumorais humanas cultivadas em laboratório, especificamente da linhagem MDA-MB-231, representativas do câncer de mama triplo negativo.

Resultados do estudo

Os testes laboratoriais (in vitro) demonstraram que a crotoxina foi capaz de eliminar e inibir a proliferação das células tumorais sem afetar células saudáveis. A substância induziu a morte celular por necrose, causou danos ao DNA das células cancerígenas e inibiu mecanismos de defesa como a autofagia e a apoptose. Além disso, a crotoxina não apresentou interação negativa com a doxorrubicina, um dos quimioterápicos mais utilizados no tratamento do câncer de mama.

Perspectivas futuras

Apesar dos resultados encorajadores, os pesquisadores enfatizam que a crotoxina ainda está em fase inicial de estudo e não pode ser utilizada clinicamente neste momento. São necessários estudos pré-clínicos e clínicos adicionais para avaliar a segurança, eficácia e dosagem adequada da substância em organismos vivos. O objetivo é identificar fragmentos da crotoxina que mantenham suas propriedades antitumorais sem os efeitos tóxicos, possibilitando o desenvolvimento de terapias seguras e eficazes no futuro.

Este estudo representa um avanço significativo na busca por novas abordagens terapêuticas para o câncer de mama triplo negativo. A utilização de substâncias naturais, como a crotoxina, abre novas possibilidades para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e menos agressivos para os pacientes. No entanto, é fundamental aguardar os resultados de pesquisas futuras para confirmar a viabilidade clínica dessa abordagem.

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