EUA e Israel rejeitam demandas do Hamas em negociações de cessar-fogo

Contraproposta do grupo terrorista, que inclui libertação de reféns em cinco etapas e retirada total de tropas, é considerada inaceitável.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

As negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza sofreram novo revés após o Hamas apresentar uma contraproposta ao plano mediado pelos Estados Unidos. O grupo terrorista aceitou liberar 10 reféns vivos e entregar os corpos de 18 israelenses, mas propôs um cronograma em cinco fases, em vez das duas previstas na proposta americana, além de exigir a retirada completa das forças israelenses e um cessar-fogo permanente. Tanto os EUA quanto Israel classificaram as condições como “totalmente inaceitáveis”.

Na noite deste sábado (31), o Hamas detalhou sua proposta, que inclui a libertação de quatro reféns vivos no primeiro dia de uma trégua de 60 dias, sem data definida para início. Outros dois seriam soltos no trigésimo dia, e mais quatro no último dia do acordo. Os restos mortais de 18 israelenses seriam entregues em dois momentos distintos. Em contrapartida, o grupo exige a libertação de mais de mil prisioneiros palestinos e um aumento no fluxo de ajuda humanitária, sob coordenação da ONU.

A proposta americana, elaborada pelo enviado especial de Donald Trump, Steve Witkoff, e já aceita por Israel, previa a libertação de metade dos reféns vivos e mortos em duas etapas durante a trégua. Witkoff criticou duramente a resposta do Hamas, afirmando nas redes sociais que a contraproposta é “totalmente inaceitável” e que o cessar-fogo só será possível com a entrega de metade dos reféns vivos e mortos, conforme o plano original. Israel acusou o Hamas de tentar inviabilizar o acordo, prometendo manter as operações militares para neutralizar o grupo e resgatar os 58 reféns ainda em cativeiro, dos quais 35 estariam mortos.

Crise humanitária

A situação em Gaza alcançou níveis críticos, segundo a ONU, que descreveu o cenário como o mais grave desde o início do conflito em outubro de 2023. Apenas 30 caminhões de ajuda humanitária entraram no enclave no sábado (31), contra uma média diária de 500 antes da guerra. O Unicef informou que mais de 50 mil crianças palestinas foram mortas ou feridas desde o início do conflito, uma média de uma criança a cada 20 minutos.

No norte de Gaza, o último hospital em funcionamento foi forçado a fechar após o cerco de tropas israelenses, que evacuaram pacientes e funcionários. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, relatou que bombardeios nas últimas 24 horas mataram 60 palestinos e feriram 284.

Protestos e impasse Político

Em Israel, manifestações em Tel Aviv reuniram familiares e apoiadores dos reféns, exigindo a libertação imediata dos 58 ainda mantidos pelo Hamas e o fim do conflito. A pressão popular aumenta enquanto as negociações seguem estagnadas, com o governo israelense reafirmando sua determinação em derrotar o Hamas.

A contraproposta do Hamas foi interpretada como uma tentativa de prolongar o conflito, segundo analistas. A exigência de retirada total das tropas e um cessar-fogo permanente até o fim da trégua de 60 dias diverge frontalmente do plano de Witkoff, que prioriza a libertação dos reféns e a estabilização temporária da região. Enquanto isso, a ONU alerta para o risco de uma catástrofe ainda maior caso as hostilidades não sejam suspensas, com quase 60% das construções em Gaza danificadas ou destruídas, conforme imagens de satélite.

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