Falta de vacinas ainda mata mais de 500 mil crianças por ano na África, alerta CDC África

Entre os fatores que dificultam o acesso à vacinação no continente estão o financiamento nacional limitado, desconfiança da população, instabilidade política e dificuldades logísticas para alcançar comunidades remotas.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

 

Mais de meio milhão de crianças africanas com menos de cinco anos morrem anualmente por doenças que poderiam ser evitadas com vacinas, como sarampo, poliomielite e difteria. O alerta foi feito nesta quarta-feira (30) pelo Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África), órgão de saúde pública da União Africana.

“Mesmo sabendo que as vacinas salvam vidas, mais de 500 mil crianças ainda perdem a vida a cada ano por enfermidades praticamente erradicadas em outras partes do mundo”, destacou o CDC em comunicado oficial. As doenças citadas incluem também tétano e coqueluche.

Entre os principais obstáculos enfrentados pelo continente estão o baixo investimento nacional em saúde, a resistência de parte da população à vacinação, a instabilidade política e os desafios logísticos para atender áreas de difícil acesso.

Segundo dados da agência, em 2023 apenas 16 países africanos conseguiram alcançar uma cobertura vacinal superior a 90% para imunizações infantis básicas, como a terceira dose da vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP3) e a primeira dose contra o sarampo. No mesmo ano, cerca de 7,9 milhões de crianças africanas não receberam nenhuma vacina — um crescimento de 16% em relação a 2019.

“Esses números mostram o impacto persistente da pandemia de covid-19, que agravou desigualdades no acesso à saúde e expôs fragilidades nos sistemas de imunização do continente”, afirmou o CDC África.

Países como Nigéria, Etiópia, Sudão do Sul, República Democrática do Congo e Zimbábue permanecem entre os mais afetados, com altos índices de mortalidade por doenças que poderiam ser prevenidas com vacinas acessíveis.

O impacto não é apenas humano: as doenças evitáveis geram um prejuízo estimado em US$ 13 bilhões por ano aos sistemas de saúde africanos, comprometendo também o desenvolvimento econômico das nações envolvidas.

Outro fator preocupante é a dependência externa: atualmente, menos de 1% das vacinas utilizadas no continente são produzidas localmente. O CDC África trabalha para mudar esse cenário. “Estamos comprometidos em transformar essa realidade. Nossa meta é que até 2040, 60% das vacinas usadas na África sejam fabricadas aqui”, declarou o diretor-geral do órgão, John Kaseya.

Para alcançar esse objetivo, 25 projetos de produção de vacinas já estavam em andamento até 2024. Além disso, oito antigênios desenvolvidos no continente devem ser pré-qualificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e disponibilizados no mercado entre 2025 e 2030.

 

LEIA TAMBÉM: 

 

https://gnewsusa.com/2025/05/departamento-de-imigracao-de-trump-assina-acordo-com-policia-federal-brasileira/

https://gnewsusa.com/2025/05/produto-quimico-do-plastico-pode-estar-ligado-a-350-mil-mortes-por-doencas-cardiacas/

https://gnewsusa.com/2025/05/brasil-recebe-13-milhao-de-doses-atualizadas-da-vacina-contra-a-covid-19-novo-contrato-garante-imunizacao-ate-2026/

 

 

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*