Federação Paulista de Futebol interdita Arena Barueri e Leila Pereira aponta retaliação política

Presidente do Palmeiras contesta decisão da Federação Paulista após apoiar adversário de Reinaldo Carneiro Bastos na eleição da CBF; clube pode acionar o STJD.

Por  Schirley Passos|GNEWSUSA

A Federação Paulista de Futebol (FPF) interditou a Arena Barueri para partidas organizadas pela entidade. O estádio, que serve como alternativa ao Allianz Parque quando este está indisponível, está atualmente sob gestão de uma empresa ligada à presidente do Palmeiras, Leila Pereira.

A portaria, assinada pela diretora de Segurança, Infraestrutura e VAR da FPF, Marina Tranchitella, foi publicada na noite da última terça-feira (20) e aponta como motivo “reformas e impossibilidade de realização de jogos com público”, sem apresentar maiores detalhes.

Nos bastidores, Leila Pereira vê a decisão como uma retaliação política. A presidente do Palmeiras declarou apoio a Samir Xaud na eleição da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), contrariando o atual presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, que teve sua candidatura inviabilizada após Xaud conquistar o apoio de 25 federações e 10 clubes.

O departamento jurídico do Palmeiras estuda recorrer da interdição junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), caso não haja reconsideração da FPF.

A interdição foi confirmada pela própria Federação. Ao ser questionada, a FPF informou ter recebido um ofício do Palmeiras em 16 de maio, comunicando que o estádio passaria por reformas e não poderia receber público até o fim de junho. A entidade explicou que, conforme o Artigo 8º, inciso 4º, do Regulamento Geral de Competições, jogos sem público não são permitidos nos torneios organizados pela FPF, o que levou à proibição.

No entanto, no dia 14 de maio, o Palmeiras realizou uma partida sem torcida na Arena Barueri contra a Ferroviária, pelo Paulistão Feminino, alegando o mesmo motivo, reforma nas estruturas. Segundo a FPF, não houve autorização formal para essa partida, e eventuais sanções podem ser aplicadas.

A decisão afeta diretamente o futebol feminino do clube, tanto no profissional quanto na categoria Sub-20, que utilizam a Arena Barueri no Paulistão 2025. As equipes masculinas Sub-15, Sub-17 e Sub-20 continuam mandando jogos na Academia de Futebol 2. Contudo, partidas com maior apelo de público nessas categorias também não poderão ser transferidas para Barueri.

A interdição não impacta jogos organizados pela CBF ou Conmebol. Em 2025, o Palmeiras já recebeu clássicos importantes no estádio, como contra São Paulo e Corinthians, válidos pelo Brasileirão. Leila Pereira investiu mais de R$ 50 milhões em reformas na Arena no início do ano.

Além da Arena Barueri, outros três estádios também foram vetados pela FPF nesta semana:

• CT do Red Bull Bragantino (Bragança Paulista): por reformas no gramado;
• Estádio Carlos Ferracini (Caieiras): por problemas de isolamento e impossibilidade de receber torcedores visitantes;
• Estádio Prefeito José Liberatti (Osasco): por falta de documentação regular.

A FPF ainda não se manifestou oficialmente sobre as alegações de retaliação política.

A Federação Paulista de Futebol esclarece que recebeu ofício da Sociedade Esportiva Palmeiras, no dia 16 de maio, informando que a Arena Barueri passa por obras e que o estádio está impossibilitado de receber jogos com público, ao menos até o final de junho.

De acordo com o Regulamento Geral de Competições da FPF (Art. 8º), não é permitida a realização de partidas sem a presença de público. Desta forma, a FPF publicou em seu site portaria vetando a realização de partidas de competições organizadas pela FPF na Arena Barueri enquanto esta restrição de público ocorrer.