Multas podem chegar a R$ 34 milhões, e punições incluem rebaixamento; federações têm até dezembro para se adequar às novas regras.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
A Fifa divulgou nesta quinta-feira (29) a nova versão de seu Código Disciplinar, com medidas significativamente mais rigorosas no combate ao racismo. O texto foi aprovado durante reunião do Conselho da entidade, realizada neste mês, e passa a valer globalmente a partir de agora.
Um dos principais pontos do novo regulamento é o fortalecimento do Artigo 15, que trata de “Discriminação e Racismo”. Ele amplia a aplicação do protocolo de três etapas criado no ano passado, que prevê a interrupção, suspensão e eventual encerramento da partida diante de episódios de racismo.
A partir de agora, qualquer jogador ou participante do evento pode acionar o árbitro ao se sentir vítima de racismo, exigindo a aplicação imediata do protocolo. Se os comportamentos ofensivos persistirem, o juiz deverá paralisar ou encerrar o jogo.
Punições mais severas
O novo Código também eleva as punições para clubes e federações envolvidas em casos de racismo. As multas mínimas passam a ser de 20 mil francos suíços (cerca de R$ 137 mil), podendo incluir ainda restrições de público.
A multa máxima, em casos mais graves, poderá chegar a 5 milhões de francos suíços (aproximadamente R$ 34 milhões), um valor excepcional, já que o Código, em outros trechos, limita as sanções financeiras a 1 milhão de francos suíços (R$ 6,8 milhões).
Além das penalidades financeiras, o Código prevê, em casos de reincidência, sanções esportivas, como jogos com portões fechados, dedução de pontos, eliminação de competições e até rebaixamento de divisão.
Adequação obrigatória e intervenção da Fifa
As federações e associações filiadas terão até o dia 31 de dezembro de 2025 para adaptar seus regulamentos internos às novas diretrizes da Fifa.
A entidade ainda passa a ter autoridade para intervir diretamente em casos em que julgar que as medidas contra o racismo não estão sendo devidamente aplicadas. Além disso, poderá recorrer ao CAS (Corte Arbitral do Esporte) para contestar decisões que considerar inadequadas.
Infantino: “Racismo é crime”
Durante o 75º Congresso da Fifa, realizado este mês em Assunção, no Paraguai, o presidente da entidade, Gianni Infantino, reforçou o compromisso com o combate ao racismo. Ele destacou que a Fifa está atuando junto a governos e à ONU para que atos racistas sejam criminalizados em todas as legislações nacionais.
“Racismo não é apenas um problema no futebol, é um crime. Por isso estamos trabalhando com diferentes governos e com a ONU para garantir que a luta contra o racismo seja parte das leis criminais em todos os países do mundo“, declarou Infantino.
A nova política da Fifa representa um passo firme no combate à discriminação nos campos de futebol e reforça a responsabilidade de clubes, federações e autoridades esportivas no enfrentamento do racismo.
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