
O DHS informou que trata-se de retaliação do governo contra Harvard, após a universidade se negar a cumprir normas da administração federal.
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira (22) que o governo Trump proibiu a Universidade Harvard, a de maior prestígio dos Estados Unidos, de receber estudantes de outros países.
Qualquer estudante da universidade que não seja dos EUA pode ser atingido pela determinação, inclusive aqueles que já estudam em Harvard, que devem ser transferidos para outras universidades. A proibição deve ser efetivada em meados de 2025 e se estende até 2026.
De acordo com o DHS, a proibição é uma retaliação do governo após Harvard se recusar a cumprir as normas da administração federal, adotando uma ‘conduta pró-terrorismo’. “Este governo está responsabilizando Harvard por fomentar a violência, o antissemitismo e a coordenação com o Partido Comunista Chinês em seu campus”, disse a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem.
O órgão também declarou que as universidades matriculam estudantes estrangeiros como um privilégio e não um direito. “É um privilégio, não um direito, que as universidades matriculem estudantes estrangeiros e se beneficiem de suas mensalidades mais altas para ajudar a aumentar suas dotações multibilionárias. Harvard teve muitas oportunidades de fazer a coisa certa. Recusou-se. Eles perderam a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio por não cumprirem a lei. Que isso sirva de alerta para todas as universidades e instituições acadêmicas do país”, completou.
O DHS explica no comunicado que no dia 16 de abril a secretária Noem pediu que Harvard fornecesse informações sobre a criminalidade e a má conduta de estudantes estrangeiros em seu campus, alertando que a recusa implicaria na perda do direito de receber matrículas de estudantes de outros países.
A universidade se recusou a fornecer as informações solicitadas e ignorou um pedido de acompanhamento do Gabinete do Conselho Geral do Departamento de Segurança. Por conta disso, o DHS afirma que a secretária está cumprindo sua promessa de proteger os estudantes, proibindo “simpatizantes de terroristas de receberem benefícios do governo dos EUA”.
Universidade diz que medida é ilegal
A universidade, que mantém uma relação turbulenta com Trump, chamou a medida de ilegal. Ainda nesta quinta, o juiz distrital de Oakland, Califórnia, Jeffrey S. White, impediu o governo de encerrar o status legal de estudantes internacionais em todo país, enquanto um processo judicial contestando rescisões anteriores está pendente.
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