 
Infecções por influenza A disparam no Centro-Sul e elevam pressão sobre pronto-socorros; vacinação é medida essencial para conter surtos.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
O número de infecções pelo vírus influenza A — um dos principais causadores da gripe — continua aumentando na maior parte do Brasil, especialmente nas regiões Centro-Sul, segundo os dados mais recentes do Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O vírus se consolida como a principal causa de morte por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em idosos no país.
Entre as crianças, o influenza A também figura entre os três principais responsáveis por mortes respiratórias, de acordo com o levantamento. A vacinação contra a gripe, disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é considerada a principal medida para prevenir casos graves e óbitos.
Casos em crescimento
Um relatório paralelo do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) confirma o avanço da gripe. Entre os dias 12 de abril e 17 de maio, a taxa de testes positivos para influenza A em laboratórios privados aumentou de 18% para 31% — a maior alta registrada desde setembro de 2022.
Os maiores índices de positividade foram observados nas faixas etárias de 5 a 9 anos (41%) e de 10 a 19 anos (40%).
Esse aumento está refletido na rotina de hospitais. Em São Paulo, o Hospital Infantil Sabará registrou alta procura pelo pronto-socorro, o que tem impactado o tempo de espera e a disponibilidade de leitos. A instituição recomenda que as famílias busquem orientação com seus médicos antes de se dirigirem ao hospital.
O Hospital Alemão Oswaldo Cruz também alertou sobre tempos de espera prolongados devido à alta demanda no pronto-atendimento.
Outros vírus respiratórios
Apesar do crescimento da gripe, a circulação de outros vírus respiratórios apresenta sinais distintos:
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O vírus sincicial respiratório (VSR) teve queda de 10 pontos percentuais na positividade dos testes nas últimas três semanas. 
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Ainda assim, o VSR continua sendo um dos principais motivos de hospitalizações em crianças de 2 a 4 anos e de mortes em crianças menores de dois anos. 
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Já o influenza B, que causou surtos fora de época nos últimos dois anos, registra atualmente positividade inferior a 1%. 
Por que os casos aumentaram?
A infectologista Rita Medeiros, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que o aumento da circulação viral é comum no outono e inverno, períodos marcados por temperaturas mais baixas, maior número de chuvas e ambientes mais fechados.
Entretanto, ela destaca que a pandemia de covid-19 alterou esse padrão:
“Os vírus respiratórios circularam muito pouco nos primeiros anos da pandemia. Desde 2022, a recirculação do vírus influenza tem crescido a cada ano”, afirma Medeiros.
A cientista da Fiocruz e coordenadora do InfoGripe, Tatiana Portella, recomenda o uso de máscaras em locais fechados e medidas de etiqueta respiratória, especialmente em ambientes de saúde ou com aglomeração.
Campanha de vacinação 2025
Para o ano de 2025, o Ministério da Saúde adquiriu 73,6 milhões de doses da vacina contra a gripe. A campanha segue em andamento, com foco nos grupos prioritários:
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Crianças de 6 meses a menores de 6 anos 
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Idosos a partir de 60 anos 
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Gestantes e puérperas 
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Pessoas com doenças crônicas 
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Profissionais da saúde 
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Professores 
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Integrantes das forças de segurança 
Em alguns estados, como Bahia, Paraíba e São Paulo, a vacinação foi ampliada para toda a população acima de seis meses de idade, devido ao aumento significativo de casos.
- Leia mais:
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