Ignorar o café da manhã pode trazer mais riscos à saúde do que se imaginava, alertam especialistas

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Estudos mostram que pular a primeira refeição do dia está associado ao aumento de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes tipo 2 e problemas cognitivos.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

Pular o café da manhã, hábito comum entre pessoas com rotinas agitadas, pode parecer inofensivo — ou até uma forma de “economizar calorias”. No entanto, pesquisas recentes mostram que essa prática pode trazer consequências sérias para a saúde física e mental, afetando o metabolismo, o coração e até a função cerebral.

De acordo com a Harvard Medical School, pessoas que não tomam café da manhã com regularidade têm um risco até 27% maior de sofrer doenças cardíacas em comparação com aquelas que mantêm uma rotina alimentar completa. Os dados foram coletados ao longo de 16 anos em um estudo com mais de 26 mil homens. O café da manhã regula o ritmo biológico e fornece energia essencial para o cérebro e o corpo nas primeiras horas do dia. Ignorá-lo pode gerar um efeito dominó negativo ao longo do dia.

Consequências de pular o café da manhã

Pesquisas publicadas pela American Heart Association (AHA) e pela revista científica Circulation reforçam os achados. Entre os principais problemas associados ao hábito de não se alimentar pela manhã estão:

1. Maior risco de obesidade e ganho de peso

Estudos indicam que quem pula o café da manhã tende a compensar ao longo do dia com refeições maiores e menos nutritivas, além de maior consumo de alimentos processados. Isso favorece picos de fome, compulsão alimentar e acúmulo de gordura abdominal.

2. Desregulação da glicose e aumento do risco de diabetes tipo 2

Ignorar a primeira refeição do dia está associado a piores níveis de controle glicêmico e maior resistência à insulina. Um estudo da Universidade de Osaka, no Japão, acompanhando mais de 80 mil adultos, mostrou que pular o café da manhã aumenta em até 55% o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

3. Impactos negativos no coração

A falta do café da manhã está ligada a hipertensão, aumento do colesterol ruim (LDL) e maior risco de acidente vascular cerebral (AVC). A American College of Cardiology destaca que o jejum prolongado altera o metabolismo lipídico e contribui para inflamações vasculares.

4. Déficit de atenção e fadiga mental

O cérebro precisa de glicose e nutrientes para funcionar adequadamente. Crianças e adultos que não tomam café da manhã apresentam queda no rendimento escolar e profissional, dificuldade de concentração e piora no humor, segundo a Academy of Nutrition and Dietetics.

Há exceções? A visão dos defensores do jejum intermitente

Embora o jejum intermitente — que muitas vezes envolve pular o café da manhã — seja defendido por alguns especialistas como uma estratégia metabólica eficaz, sua eficácia e segurança variam conforme o perfil da pessoa. Médicos alertam que ele não é indicado para gestantes, adolescentes, pessoas com histórico de transtornos alimentares ou com problemas de metabolismo. O mais importante não é o horário exato da refeição, mas sim sua qualidade nutricional e regularidade.

Como fazer um café da manhã saudável

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o café da manhã ideal deve conter:

  • Uma fonte de proteína (ovos, iogurte natural, queijo branco);

  • Um carboidrato integral (pão integral, aveia, frutas);

  • Fibras e gorduras boas (sementes, castanhas, abacate);

  • E pouca ou nenhuma adição de açúcar refinado e ultraprocessados.

O café da manhã continua sendo uma refeição essencial para a manutenção de um estilo de vida saudável. Embora novas abordagens alimentares estejam em evidência, as evidências científicas reforçam a importância de começar o dia bem alimentado para evitar problemas metabólicos, cardiovasculares e cognitivos.

A recomendação dos especialistas é clara: não pule o café da manhã, especialmente se você busca saúde a longo prazo.

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