Julgamento sobre a morte de Maradona é anulado pela Justiça argentina após escândalo e recomeça do zero

Foto: Reprodução.
 A decisão ocorre após escândalo envolvendo a juíza Julieta Makintach, e a equipe médica responsável pela morte do ídolo argentino continua enfrentando acusações de homicídio e negligência.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

A Justiça da Argentina anulou, na última quinta-feira (29), o julgamento sobre a morte de Diego Armando Maradona. A decisão ocorre após um escândalo envolvendo a juíza Julieta Makintach, que foi afastada por sua participação na gravação de um documentário não autorizado sobre o caso. Com isso, o processo que apura as circunstâncias da morte do ídolo argentino será reiniciado do zero.

Sete membros da equipe médica que cuidava de Maradona são acusados de homicídio simples com dolo eventual, devido a um suposto tratamento negligente. Os profissionais podem enfrentar penas que variam de oito a 25 anos de prisão, caso sejam condenados.

A decisão da Justiça

Maximiliano Savarino, um dos juízes do Tribunal Oral Nº 3 de San Isidro, anunciou a anulação do julgamento, afirmando que o afastamento de Makintach era necessário devido ao prejuízo que sua conduta causou às partes envolvidas e aos próprios juízes do tribunal. Savarino também confirmou que o caso voltará à fase de apresentação de provas, e novos juízes serão designados para o reinício do processo. Até o momento, 20 audiências haviam sido realizadas desde o início das sessões em março deste ano.

Acusações contra a equipe médica

Maradona faleceu em sua residência em Tigre, na Grande Buenos Aires, no dia 25 de novembro de 2020, aos 60 anos. A causa oficial da morte foi uma parada cardiorrespiratória, resultante de insuficiência cardíaca crônica e um edema agudo de pulmão. Semanas antes, o ex-jogador havia sido submetido a uma cirurgia para a retirada de um hematoma subdural e, após receber alta, foi internado em sua casa.

Uma junta médica, formada para investigar as circunstâncias do falecimento, concluiu que a equipe de médicos agiu de forma inadequada e imprudente. De acordo com os peritos, Maradona teria agonizado por até 12 horas, e sua chance de sobrevivência teria sido maior caso tivesse sido levado a um hospital.

Entre os sete acusados estão o neurocirurgião Leopoldo Luque, responsável pela cirurgia no cérebro de Maradona, e a psiquiatra Agustina Cosachov, que cuidava da medicação do ex-jogador. Ambos negam as acusações de negligência e alegam que o tratamento foi realizado de acordo com os protocolos médicos.

O impacto do julgamento na Argentina

A morte de Maradona foi um marco doloroso para a Argentina, e o julgamento de sua equipe médica tem gerado forte repercussão no país. Para muitos, o processo representa não apenas uma busca por justiça para o ícone do futebol mundial, mas também um momento de reflexão sobre o legado e a figura de Maradona, que transcendeu o esporte e se tornou um símbolo nacional.

O Tribunal de San Isidro já convocou mais de 100 testemunhas para depor durante o julgamento, que deve se estender por vários meses. A sociedade argentina acompanha atentamente o desenrolar do caso, com muitos esperando que, independentemente do veredicto, a verdade sobre as circunstâncias da morte de Maradona seja finalmente revelada.

A busca por um desfecho

Cinco anos após a morte de Maradona, o processo judicial continua a reviver as emoções da população argentina. A expectativa é que o novo julgamento traga um desfecho digno à história do maior ídolo do futebol argentino, e que a justiça seja feita para um dos maiores jogadores da história do esporte. O país tricampeão mundial continua a clamar por respostas sobre a perda de um ícone que, para muitos, nunca será substituído.

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