
Atacante do Flamengo é suspeito de manipular cartão amarelo para favorecer apostadores; clube mantém jogador ativo, mesmo após indiciamento da Policia Federal.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
A Justiça do Distrito Federal negou o pedido da família do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, para impor sigilo na investigação que apura se o jogador manipulou intencionalmente um cartão amarelo durante o Campeonato Brasileiro de 2023. O caso envolve suspeita de favorecimento a apostadores na partida contra o Santos, válida pela 31ª rodada da competição, realizada em Brasília.
Na decisão, o juiz Fernando Brandini Barbagalo também autorizou o envio das provas reunidas pela Polícia Federal ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que poderá instaurar um novo inquérito contra o atleta. Além disso, foi mantida a permissão para o compartilhamento das informações com a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, em curso no Senado.
Outro ponto do despacho determina que a casa de apostas Blaze forneça dados de quatro dos investigados que teriam apostado especificamente no cartão amarelo recebido por Bruno Henrique. A empresa havia sido citada em mensagens recuperadas dos celulares apreendidos, mas ainda não havia atendido totalmente às solicitações da Polícia Federal.
Em nota, a Blaze declarou ter colaborado com as autoridades, fornecendo todas as informações formalmente solicitadas dentro dos limites legais. A operadora afirmou estar à disposição para apresentar dados adicionais mediante ordem judicial e reiterou seu compromisso com a integridade esportiva.
Apesar do indiciamento, o Flamengo optou por não afastar o jogador, que deve atuar normalmente nesta quinta-feira (01/5), na partida contra o Botafogo-PB, pela Copa do Brasil. Bruno Henrique nega ter participado de qualquer esquema de manipulação de resultados.
Entenda o caso
A Polícia Federal indiciou Bruno Henrique e outras nove pessoas sob suspeita de integrarem um esquema de apostas que envolvia a manipulação de cartões amarelos. Segundo a investigação, o jogador teria recebido, de forma deliberada, um cartão amarelo no jogo contra o Santos, atendendo a um acordo prévio com os apostadores.
Entre os indiciados estão o irmão do atleta, Wander Nunes Pinto Júnior, a esposa dele, Ludymilla Araújo Lima, e a prima de Bruno Henrique, Poliana Ester Nunes Cardoso. O grupo teria realizado apostas relacionadas à advertência. Outros seis amigos próximos de Wander também foram identificados como participantes do esquema.
Bruno Henrique e o irmão foram enquadrados no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata de manipulação de resultados, e também por estelionato. Os demais respondem apenas por estelionato. As penas previstas podem chegar a seis anos de prisão.
Em novembro de 2024, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao jogador, incluindo o centro de treinamento do Flamengo. Celulares apreendidos revelaram mensagens comprometedoras. Em uma delas, Wander pergunta quando o atacante tomaria o terceiro cartão amarelo. Bruno Henrique responde: “Contra o Santos”.
As investigações começaram em agosto de 2023, após casas de apostas identificarem movimentações incomuns nas apostas relacionadas ao jogo.
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