
Ex-presidente contesta acusações de tentativa de golpe, critica decisões do STF e aponta perseguição política para barrar sua candidatura em 2026.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Jair Bolsonaro deixou claro que não pretende sair do país, mesmo diante do avanço de investigações que tentam vinculá-lo a uma suposta tentativa de golpe em 2022. O ex-presidente demonstrou indignação com as denúncias, que, segundo ele, carecem de fundamento, e avisou que enfrentará as consequências no Brasil.
“Me prendam, vou morrer na cadeia”, declarou, durante uma entrevista, transmitida no YouTube na última sexta-feira (16). A fala demonstra a disposição de Bolsonaro em não se render ao que considera uma ofensiva jurídica com motivações políticas.
Sem esconder o tom de crítica, Bolsonaro ironizou o enredo construído contra ele, citando que estava fora do país na data dos atos de 8 de janeiro de 2023. “Qual crime? Crime impossível, golpe da Disney. Junto com o Pateta, com a Minnie e com o Pato Donald, que eu estava lá em Orlando, programou esse golpe aí”, afirmou. Para ele, a acusação de envolvimento em uma tentativa de golpe não passa de uma narrativa forçada.
Enquanto o Supremo Tribunal Federal aceitou denúncia que o transforma em réu por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, Bolsonaro rebate a ideia de que tenha qualquer responsabilidade. Ele lembra que sequer estava no Brasil na ocasião dos fatos, e questiona o critério utilizado para justificar sua inclusão no processo.
O ex-presidente também falou sobre o impacto emocional da perseguição que, segundo ele, vem sofrendo desde que deixou o Planalto. “Eu, com 40 anos de cadeia no lombo, não tenho recurso para lugar nenhum, eu vou morrer na cadeia”, disse, num desabafo que reflete a pressão que vem enfrentando nos últimos meses.
Em sua análise, a movimentação do Judiciário tem um objetivo claro: inviabilizar sua participação nas eleições de 2026. Ele citou como exemplo a condenação da deputada Carla Zambelli e o processo contra o deputado Alexandre Ramagem, ambos do PL, como indícios de que há uma ação coordenada para enfraquecer figuras ligadas à direita.
Ao encerrar a entrevista, Bolsonaro lamentou a escalada do ativismo judicial e a criminalização de adversários políticos. “Não sei até quando vou resistir”, comentou, apontando o que considera um cerco cada vez mais sufocante contra sua liberdade e a dos que compartilham de seus ideais.
O ex-presidente segue sendo uma voz influente no cenário político brasileiro, e sua disposição em enfrentar acusações sem abandonar o país reforça o apoio de seus eleitores. Para muitos, ele simboliza a resistência a um sistema que tem atuado de forma seletiva e autoritária.
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