Brasil alcança 2ª posição mundial em juros reais após alta da Selic

Foto: Reprodução.
Com taxa de 9,53% ao ano, país fica atrás apenas da Turquia e supera Rússia, Argentina e África do Sul; cenário reflete tentativa de contenção inflacionária pelo Banco Central.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

Com a elevação da taxa básica de juros (Selic) de 14,75% para 15% ao ano, anunciada nesta quarta-feira (18) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o Brasil subiu da terceira para a segunda posição no ranking global de juros reais, que considera os juros nominais descontada a inflação projetada.

Com a nova alta, a taxa de juros real brasileira chegou a 9,53% ao ano, ficando atrás apenas da Turquia, que lidera o ranking com 14,44%. O levantamento, realizado pelo portal MoneYou em parceria com a Levante Intelligence, analisou dados de 40 países.

Na nova composição, o Brasil ultrapassou Rússia (7,63%), Argentina (6,70%) e África do Sul (5,54%), países que tradicionalmente ocupam o topo do ranking devido a políticas monetárias mais restritivas. A média dos juros reais nos países analisados é de 1,67% ao ano.

Inflação projetada influencia cálculo dos juros reais

O cálculo da taxa real considera a inflação estimada para os próximos 12 meses. No caso do Brasil, a projeção atual é de 5,25%, segundo o mais recente Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. Já a taxa de juros utilizada para o cálculo corresponde aos juros de mercado para o mesmo período (12 meses à frente).

Apesar da nova posição no ranking real, em termos nominais, o Brasil segue na quarta colocação, atrás da Turquia, Argentina e Rússia, e à frente de economias como Colômbia, México e África do Sul.

Contexto global de estabilidade monetária

O economista Jason Vieira, responsável pela análise do levantamento, observa que o cenário internacional mostra uma tendência de estabilidade monetária. “O movimento global de políticas de aperto monetário perdeu força, com apenas 6% dos países subindo juros. A maioria opta por manter as taxas atuais”, destacou.

A nova alta da Selic, embora sinalize uma tentativa do Banco Central de manter o controle sobre a inflação e a confiança no real, reforça os desafios enfrentados pela economia brasileira, que convive com um custo elevado do crédito e impacto direto no consumo e nos investimentos.

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