
No Dia Mundial do Doador de Sangue, OMS destaca que a solidariedade salva vidas e cobra mais investimentos dos governos para garantir acesso universal à transfusão segura.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
Neste 14 de junho, quando se celebra o Dia Mundial do Doador de Sangue, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lança um alerta global sobre a importância das doações de sangue para salvar vidas. A campanha deste ano, intitulada “Doe sangue, dê esperança: juntos salvamos vidas”, reforça que a generosidade dos doadores é essencial para milhões de pacientes que dependem de transfusões em todo o mundo.
O panorama nas Américas traz dados expressivos, mas também revela desigualdades. Segundo um relatório preliminar divulgado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Brasil, Colômbia, Argentina e México respondem, juntos, por 75% de todas as doações voluntárias de sangue na região da América Latina e Caribe.
Solidariedade que salva vidas
A campanha deste ano tem como foco não apenas agradecer aos doadores, mas também mobilizar mais pessoas para aderirem à causa. A OMS lembra que cada doação representa uma nova chance de vida para quem enfrenta situações como anemia grave, hemorragias decorrentes de acidentes ou do parto, cirurgias de alta complexidade e até tratamento de doenças como câncer, desnutrição e malária.
A mensagem é clara: “Esperança em cada gota.” A iniciativa busca sensibilizar governos, organizações e cidadãos para fortalecer os sistemas de coleta, processamento e distribuição de sangue seguro e de qualidade.
Avanços e desafios nas Américas
O relatório da Opas, intitulado “Acesso ao Sangue para Transfusão em Países da América Latina e Caribe 2023”, aponta que, em comparação com 2020, houve um aumento de 15,5% no volume de doações de sangue em 23 países da região — sendo 17 na América Latina e 6 no Caribe não hispânico.
Esse avanço é atribuído, em grande parte, à recuperação dos sistemas de saúde após a pandemia de Covid-19 e ao sucesso de novas estratégias de conscientização pública.
Apesar dos avanços, a média regional de doações ainda é considerada baixa: 16 doações para cada mil habitantes. Mais da metade dos países analisados não alcançam essa média, o que demonstra que há desafios importantes para garantir acesso igualitário ao sangue seguro.
Segurança, qualidade e eficiência
O relatório traz um dado positivo: 100% das unidades coletadas passaram por testes para detecção de infecções transmissíveis, como HIV, hepatites B e C e sífilis, o que assegura maior segurança nas transfusões.
Além disso, 90% do sangue doado foi processado em componentes, como hemácias, plasma e plaquetas, permitindo que uma única doação beneficie até três pacientes diferentes e seja utilizada de forma mais eficiente nas emergências e nos tratamentos.
Pandemia evidenciou a importância da doação
Durante a pandemia, muitos países enfrentaram quedas expressivas nos estoques de sangue devido ao isolamento social, restrições de mobilidade e cancelamento de campanhas presenciais. A recuperação dos níveis de doação, segundo a Opas, reflete a resiliência dos sistemas de saúde e o compromisso da sociedade.
Chamado aos governos e à população
A Opas reforça que é fundamental que os governos invistam em programas nacionais de sangue sólidos, modernos e eficientes, além de promoverem campanhas educativas contínuas para estimular a doação voluntária, altruísta e regular.
“Garantir acesso universal a transfusões seguras não é apenas uma questão de saúde pública, mas também de justiça social e equidade”, destacou a entidade em comunicado oficial.
Doe sangue, doe esperança
Neste Dia Mundial do Doador de Sangue, a OMS lembra que, além de salvar vidas, o ato de doar sangue fortalece comunidades e promove um senso coletivo de cuidado e responsabilidade.
A cada ano, milhões de pessoas em todo o mundo precisam de transfusões. Seja por emergências, cirurgias ou tratamentos de doenças, o sangue doado é, literalmente, uma fonte de vida.
Doe sangue. Doe esperança. Juntos, salvamos vidas.
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