Brasil: PF avança em investigação sobre descontos ilegais em aposentadorias e pensões

Nova fase da Operação Sem Desconto cumpre mandados em Sergipe e busca recuperar valores desviados por meio de cobranças indevidas em benefícios do INSS; prejuízo pode ultrapassar R$ 6 bilhões.

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (4), mais uma etapa da Operação Sem Desconto, que investiga um amplo esquema de descontos irregulares aplicados em aposentadorias e pensões de beneficiários do INSS. Nesta quarta fase da operação, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão nos municípios de Indiaroba e Umbaúba, no estado de Sergipe.

A ofensiva tem como principal objetivo localizar e apreender bens de valor vinculados aos investigados, com foco na recomposição dos cofres públicos e na mitigação dos prejuízos causados aos segurados. As ordens judiciais foram expedidas pela 3ª Vara Federal de Sergipe, a partir de elementos colhidos nas fases anteriores da operação.

De acordo com a Polícia Federal, o esquema consistia na cobrança não autorizada de mensalidades associativas diretamente nos benefícios previdenciários de aposentados e pensionistas. A prática, muitas vezes desconhecida pelas vítimas, envolvia entidades que aplicavam descontos automáticos nos proventos, sem consentimento válido ou sequer ciência dos titulares.

As investigações revelaram que, ao longo de cinco anos, o golpe pode ter movimentado aproximadamente R$ 6,3 bilhões, distribuídos em diversas regiões do país. A dimensão do caso chamou atenção pela complexidade e pela quantidade de beneficiários atingidos.

A atual fase da operação é um desdobramento de ações anteriores, incluindo a que ocorreu em abril deste ano, quando foram identificadas irregularidades sistemáticas no modelo de desconto aplicado por algumas associações e entidades classistas. Na ocasião, a Polícia Federal apreendeu veículos de luxo e outros bens de alto valor, sugerindo o envolvimento de pessoas com alto padrão de vida financiado pelo esquema.

A PF segue analisando documentos e bens recolhidos nas diligências e investiga se há novos envolvidos ou ramificações da fraude em outros estados. Os responsáveis poderão ser indiciados por estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica e crimes contra o sistema financeiro.

A atuação da Polícia Federal reforça a importância da fiscalização sobre entidades que realizam descontos em benefícios previdenciários, além da necessidade de maior transparência e controle por parte do sistema público de concessão de benefícios sociais.

Leia mais

Mulher morre no Texas após contrair ameba rara e fatal durante lavagem nasal com água da torneira

Túnel imerso mais longo do mundo começa a ganhar forma entre Dinamarca e Alemanha

Brasil: SUS realiza primeira cirurgia cardíaca pediátrica com teleorientação entre Manaus e São Paulo

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*