
Suspeito tinha autorização judicial para cultivo medicinal, mas excedeu os limites legais; material encontrado seria suficiente para uso contínuo por mais de um século.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Um homem foi preso em flagrante por suspeita de tráfico de drogas no município de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, após uma ação da Polícia Civil de Pernambuco revelar uma produção de cannabis muito além do permitido judicialmente.
A operação aconteceu em uma propriedade no distrito de Aldeia, onde os agentes localizaram uma estrutura avançada para cultivo e processamento da planta. No local, foram apreendidos aproximadamente 115 pés de maconha, 70 quilos da droga já colhida e mais de 10 litros de óleo extraído da planta, conforme informaram as autoridades na quinta-feira (6).
Cultivo autorizado, mas com limites rígidos
Segundo a polícia, o investigado possuía uma decisão judicial que autorizava o cultivo da cannabis apenas para fins medicinais e uso pessoal. No entanto, ele teria ultrapassado os limites legais: a permissão era para manter até nove pés da planta, em uma área máxima de cinco metros quadrados, e fazer uso restrito do óleo — cinco gotas por dia, conforme orientação médica.
A investigação apontou que a estrutura encontrada ultrapassava esse padrão de forma significativa. A estimativa é que o material fosse suficiente para mais de 115 anos de uso contínuo, levando em conta o consumo autorizado judicialmente.
Estufas climatizadas e estrutura industrial
Durante a ação, a polícia encontrou uma estufa externa com 41 pés de maconha, incluindo plantas com mais de dois metros de altura. Dentro da casa, uma segunda estufa, climatizada, abrigava 114 pés, e uma terceira unidade, ainda em construção, já contava com equipamentos industriais voltados à extração e processamento.
As condições da estrutura demonstravam, segundo a Polícia Civil, um desvio claro da finalidade medicinal do cultivo autorizado, levantando suspeitas de produção em escala para comercialização.
Liberdade provisória e investigação em curso
Apesar do flagrante, o suspeito — que não teve o nome divulgado — foi liberado após passar por audiência de custódia, por decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco, e responderá ao processo em liberdade provisória.
A Polícia Civil informou que terá um prazo inicial de 30 dias para concluir o inquérito e buscar identificar possíveis compradores e conexões com o comércio ilegal de entorpecentes.
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