Monte Rinjani acumula mortes em trilhas perigosas; brasileira é a vítima mais recente

Entre 2022 e 2025, ao menos seis turistas morreram durante trilhas no Monte Rinjani, na Indonésia; brasileira Juliana Marins é a vítima mais recente.

Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

 

Nos últimos anos, o Monte Rinjani, segundo vulcão mais alto da Indonésia, tem sido cenário de sucessivos acidentes fatais envolvendo turistas. Entre dezembro de 2021 e maio de 2025, ao menos seis pessoas perderam a vida na região — a maioria após quedas em desfiladeiros durante trilhas de difícil acesso.

A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi a vítima mais recente. Natural de Niterói (RJ), ela caiu de um penhasco no sábado, 21 de junho, e ficou mais de três dias aguardando socorro. Juliana estava em viagem pela Ásia desde fevereiro, fazendo um mochilão com suporte de uma agência de turismo.

Segundo relatos da família, ela integrava um grupo de cinco turistas e um guia local na subida ao Monte Rinjani. No segundo dia da expedição, decidiu parar para descansar e acabou se separando do grupo. O guia, conforme informado, teria seguido caminho sem esperar. Sozinha, Juliana se desequilibrou e despencou em um desfiladeiro. Seu corpo foi encontrado a mais de 600 metros de profundidade.

Trilhas desafiadoras e falta de regulamentação

Com 3.726 metros de altitude, o Monte Rinjani é conhecido por trilhas íngremes, clima instável e visibilidade limitada por neblina — características que tornam a escalada ainda mais perigosa. A travessia até o cume pode durar entre dois e quatro dias.

A escalada é perigosa, especialmente para iniciantes”, alertou Astudestra Ajengrastri. Segundo ela, é comum que trilheiros comecem a subida por volta das 2h da manhã, apenas com lanternas e em meio à escuridão, buscando o nascer do sol no cume. “Quando há neblina, os penhascos se tornam invisíveis. E, com chuva, o solo arenoso vira uma armadilha escorregadia.”

Apesar dos riscos, o destino continua atraindo milhares de turistas todos os anos. Relatos em plataformas como TripAdvisor descrevem a experiência como “exaustiva” e “perigosa”. Especialistas apontam a falta de fiscalização, a existência de trilhas não oficiais e o uso de equipamentos inadequados como fatores agravantes.

Outros casos fatais desde 2021

Além de Juliana, outras cinco mortes foram registradas no Monte Rinjani e arredores:

  • Dezembro de 2021: um montanhista de 26 anos, natural de Surabaya, morreu após cair de um desfiladeiro de 100 metros na rota de Senaru, em North Lombok.
  • Agosto de 2022: o português Boaz Bar Anam, de 37 anos, caiu de um penhasco no cume do monte enquanto tirava uma selfie. O corpo foi resgatado três dias depois.
  • Junho de 2024: a suíça Melanie Bohner morreu ao cair em uma trilha ilegal na região de Bukit Anak Dara. Ela fazia a escalada sozinha.
  • Setembro de 2024: um escalador de Jacarta desapareceu e foi localizado dias depois, morto, em um desfiladeiro profundo, com ajuda de drones térmicos.
  • Maio de 2025: o malaio Rennie Bin Abdul Ghani, de 57 anos, morreu ao cair de uma ravina de até 100 metros durante descida pela trilha de Banyu Urip, na rota de Torean.

Histórico de riscos naturais

Além dos perigos estruturais das trilhas, o Monte Rinjani é um vulcão ativo. Em 2016, uma erupção obrigou a evacuação de cerca de 400 pessoas. Desde então, embora o vulcão permaneça adormecido, os riscos geológicos continuam sendo motivo de alerta para autoridades e turistas.

As investigações sobre o acidente fatal com Juliana continuam. Familiares cobram esclarecimentos sobre a conduta do guia e o tempo de resposta da equipe de resgate.

 

LEIA TAMBÉM: 

https://gnewsusa.com/2025/06/sus-passara-a-ofertar-transplante-de-membrana-amniotica-no-tratamento-de-queimaduras-no-brasil/

https://gnewsusa.com/2025/06/ira-e-israel-proclamam-vitoria-e-firmam-cessar-fogo-trump-foi-mediador-do-acordo/

https://gnewsusa.com/2025/06/santos-e-neymar-acertam-renovacao-ate-o-fim-de-2025-com-possibilidade-de-prorrogacao/

 

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*