Multidão toma Avenida Paulista em defesa de Bolsonaro e pela liberdade de manifestantes do 8 de Janeiro

 Evento reúne apoiadores, lideranças políticas e religiosas em ato que cobra Justiça, anistia e respeito à Constituição.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA

A Avenida Paulista voltou a ser palco de uma demonstração de força da base conservadora no último domingo (29). Milhares de pessoas atenderam ao chamado do ex-presidente Jair Bolsonaro e do pastor Silas Malafaia, reunindo-se sob o lema “Justiça Já”, para exigir anistia aos detidos pelos atos de 8 de janeiro e protestar contra decisões que, segundo os organizadores, ferem direitos fundamentais.

Ato mobiliza multidão logo no início da tarde

Desde as primeiras horas da tarde, manifestantes vindos de diversas regiões ocuparam o principal cartão-postal de São Paulo. O ato foi marcado por discursos inflamados de parlamentares, governadores e líderes religiosos que reforçaram a união em torno do ex-presidente e de bandeiras como Deus, Pátria, Família e Liberdade.

 

Bolsonaro denuncia tentativa de retirá-lo das eleições

Em seu discurso, Bolsonaro não hesitou em denunciar o que vê como uma tentativa clara de tirá-lo do cenário eleitoral de 2026. “Tenho certeza de que o objetivo final não é apenas me prender — é me eliminar. Logicamente, não quero ser preso nem morrer, mas não posso fugir da minha responsabilidade, da verdade, da minha palavra com vocês. Estaria muito bem se estivesse do outro lado, mas não estou. Estou do lado de Deus, da Pátria, da Família e da Liberdade“, declarou o ex-presidente, ovacionado pela multidão.

Para ele, a resposta a esse contexto passa por fortalecer a representatividade conservadora no Congresso. “Se vocês me derem, nas eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado — com Republicanos, PSD, PP, PL, União Brasil —, o destino do Brasil estará em nossas mãos. Com essa maioria, elegeremos o presidente da Câmara, o presidente do Senado, o presidente do Congresso Nacional e controlaremos as comissões mais importantes da Câmara e do Senado, reforçou Bolsonaro.

Silas Malafaia faz duras críticas a Alexandre de Moraes

A mobilização também serviu como plataforma para o pastor Silas Malafaia fazer duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O líder religioso responsabilizou o magistrado pela morte de Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como Clezão, que faleceu de mal súbito na Papuda em 2023, após sua prisão por suposto envolvimento no 8 de janeiro.

“Aqui tem sangue nas mãos de Alexandre de Moraes. Ditador, você vai prestar contas a Deus. O sangue desse justo clama diante de Deus. Deus fará justiça”, disparou Malafaia, apontando o que considera omissão do ministro ao não analisar o pedido de liberdade de Clezão a tempo.

Pastor denuncia penas desproporcionais e crime de opinião

Indignado com as penas aplicadas aos manifestantes, Malafaia citou o caso de um condenado a 18 anos de prisão por ocupar a cadeira de um ministro. “Na sexta-feira, condenaram um homem a 18 anos de prisão por ter sentado na cadeira de um ministro. Que injustiça é essa, Brasil?”, questionou o pastor, afirmando que condena atos violentos, mas não aceita a perseguição de idosos e trabalhadores que se manifestaram de forma pacífica.

Além de protestar contra prisões consideradas abusivas, o ato trouxe à tona críticas ao que foi classificado como avanço de uma “juristocracia” no país. Para Malafaia, Moraes rasga a Constituição ao conduzir o inquérito das Fake News sem o devido respaldo do Ministério Público, conforme prevê a lei. “O senhor Alexandre de Moraes tem rasgado sucessivamente a Constituição,” denunciou.

Liderança religiosa cita constitucionalista e alerta para abuso de poder

O pastor também reprovou processos baseados em crime de opinião e criticou o exílio de cidadãos por posicionamentos políticos. “Como, no Estado Democrático, se estabelece um crime de opinião? Nós temos gente exilada para não ser presa por causa de opinião, porque Alexandre de Moraes conduz um inquérito imoral e ilegal de fake news que não tem a participação do Ministério Público, como diz o artigo 129 da Constituição,” completou Malafaia.

Para sustentar suas críticas, o pastor mencionou o renomado constitucionalista Manuel Gonçalves Ferreira Filho, que teria alertado para o risco de concentração de poder nas mãos de poucos. “O professor de Alexandre de Moraes, o maior constitucionalista do Brasil, declarou: estamos vivendo uma juristocracia e não uma democracia,” lembrou o líder religioso. Ele encerrou seu discurso fazendo um paralelo histórico: “O Estado de Direito foi criado no século XVIII como uma resposta à soberania da monarquia de concentrar poder na mão de um homem. O Estado Democrático existiu pra tirar o poder de um homem no século XVIII. E hoje o poder está concentrado na mão de Alexandre de Moraes.”

Direita reforça união e mobilização para 2026

Para os presentes, o ato foi mais do que um protesto: foi uma reafirmação de valores e uma demonstração de que a direita brasileira continua mobilizada e disposta a lutar por liberdade, justiça e respeito à Constituição. A Avenida Paulista, mais uma vez, mostrou-se viva como palco de reivindicações que ecoam pelo país.

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