OMS lança alerta global: crise climática é também uma ameaça crescente à saúde pública

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Organização Mundial da Saúde cria comissão especial na Europa para enfrentar os impactos das mudanças climáticas na saúde pública e propõe ações urgentes para evitar o agravamento da crise.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

A Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a acender o sinal de alerta sobre os impactos da crise climática, afirmando, de forma contundente, que o aquecimento global deixou de ser apenas uma questão ambiental para se tornar uma ameaça urgente e crescente à saúde pública global. O aviso foi reforçado com o lançamento da nova Comissão Pan-Europeia sobre Clima e Saúde, cuja missão será desenvolver estratégias concretas para proteger vidas humanas diante das rápidas transformações do clima.

A comissão foi anunciada nesta quarta-feira (11) e terá sede em Reiquiavique, na Islândia. Ela será liderada por Katrín Jakobsdóttir, ex-primeira-ministra islandesa, que há anos atua na intersecção entre política, sustentabilidade e bem-estar social. Segundo a OMS, o objetivo principal da iniciativa é construir uma ponte entre ciência, saúde pública e políticas ambientais, criando soluções economicamente viáveis e tecnicamente eficazes que possam ser implementadas em diversos países europeus e, eventualmente, replicadas em outras partes do mundo.

Clima e saúde: duas crises interligadas

O diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, declarou que “este é o momento de reconhecer uma verdade incontestável: a emergência climática é também uma emergência de saúde”. Segundo ele, os efeitos das mudanças climáticas sobre o bem-estar das populações são cada vez mais visíveis e graves — e, se nada for feito, a situação deve se agravar drasticamente nos próximos anos.

Kluge ressaltou que os sistemas de saúde não apenas sofrem as consequências da crise climática, como também podem e devem fazer parte das soluções. Isso significa que o setor precisa se adaptar, reduzindo seu impacto ambiental ao mesmo tempo em que fortalece sua capacidade de resposta às novas ameaças — como ondas de calor, doenças infecciosas sensíveis ao clima e eventos climáticos extremos que afetam diretamente a saúde das comunidades.

Estratégias concretas e recomendações práticas

De acordo com o comunicado da OMS, a comissão vai contar com representantes de 11 escritórios da organização no continente europeu, além de especialistas nas áreas de ciência, formulação de políticas públicas, juventude, academia e sociedade civil. A proposta é elaborar recomendações práticas e acessíveis para o setor da saúde, capazes de orientar investimentos e reformas com foco na resiliência climática.

Entre as possíveis soluções mencionadas estão:

  • Redução de resíduos hospitalares e clínicos;

  • Construção de unidades de saúde mais sustentáveis, com maior eficiência energética;

  • Implementação de sistemas de alerta precoce para eventos extremos de calor, capazes de salvar vidas humanas;

  • Promoção de ações educativas sobre os efeitos das mudanças climáticas na saúde física e mental da população.

Europa: o continente que mais aquece

No mesmo comunicado, a OMS destacou que a Europa é a região do planeta que mais rapidamente está se aquecendo, o que torna o continente um campo de teste crítico para ações de mitigação e adaptação. A organização alertou que todos os principais indicadores de saúde e ambientais estão em deterioração, incluindo o aumento das temperaturas médias, a maior frequência de desastres naturais, o crescimento de doenças relacionadas ao clima e o agravamento da chamada “ansiedade climática” — condição emocional que afeta principalmente jovens diante da incerteza sobre o futuro ambiental do planeta.

Uma ameaça global à segurança das populações

Katrín Jakobsdóttir, em sua primeira manifestação como presidente da nova comissão, enfatizou que “as mudanças climáticas representam um desafio crescente para a saúde pública mundial”. Ela afirmou que é fundamental reconhecer a interligação entre o aumento das temperaturas, a poluição do ar e as transformações nos ecossistemas, já que todos esses fatores têm impactos diretos e indiretos na qualidade de vida das pessoas.

“Estamos lidando com uma ameaça real à segurança das populações. Não se trata apenas de proteger o meio ambiente, mas de preservar vidas humanas, especialmente as mais vulneráveis”, alertou Jakobsdóttir.

A expectativa da OMS é que o trabalho da nova comissão impulsione políticas públicas mais ambiciosas e ações coordenadas entre países europeus, fortalecendo também a cooperação internacional em torno da saúde planetária.

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