
Casa Branca endurece postura e governo brasileiro promete “reciprocidade” enquanto contradições fiscais vêm à tona.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Washington decidiu fechar ainda mais o cerco contra o Brasil. O presidente Donald Trump confirmou que, a partir de 1º de agosto, produtos brasileiros pagarão uma tarifa de 50%, substituindo a taxa anterior de 10%. O motivo é explícito: além de considerar a relação comercial desigual, Trump citou diretamente a postura do STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro como fator de peso para o endurecimento.
Em um gesto adicional, Trump anunciou uma investigação por “práticas comerciais desleais” que, segundo ele, colocam empresas americanas em desvantagem diante de concorrentes brasileiros. A ofensiva amplia o atrito diplomático e pressiona o Planalto em meio a sinais de desgaste econômico.
Em Brasília, o governo reagiu com uma reunião emergencial. Após o encontro, o presidente Lula garantiu que o Brasil vai reagir: “à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica”, disse, mantendo o tom de enfrentamento público.
Nos bastidores, a decisão de Trump é vista como resultado direto das medidas adotadas pelo governo brasileiro e de decisões do STF, somadas à articulação de opositores no exterior. Ainda assim, autoridades insistem em minimizar o impacto, tratando o embate como uma disputa comercial comum — ignorando os sinais de deterioração da confiança internacional.
Internamente, o episódio ressalta contradições já conhecidas. Apesar de defender a taxação de grandes fortunas, Lula teve R$ 18 milhões em impostos perdoados, alimentando críticas à coerência fiscal do governo. Enquanto isso, o IOF serviu para unir Gleisi Hoffmann e Fernando Haddad, que vinham em rota de colisão sobre rumos econômicos.
Além das tensões externas, casos paralelos seguem desgastando a imagem do Brasil. O advogado de Filipe Martins acusou autoridades de forjarem registros de entrada do ex-assessor nos EUA e alertou: “vai dar prisão”.
Enquanto o país enfrenta essa nova rodada de tarifas, governos de outras partes do mundo também enfrentam crises internas. Na China, o Partido Comunista bateu 100 milhões de membros, enquanto na França o partido de Marine Le Pen virou alvo de operação policial.
No Judiciário, decisões polêmicas seguem alimentando o descrédito na gestão fiscal. O ministro Dias Toffoli, por exemplo, determinou que o Rio de Janeiro não precisará pagar mais de R$ 4,9 bilhões à União em 2025, reforçando a percepção de que acordos de renegociação de dívidas pouco valem diante de intervenções judiciais.
O aumento de tarifas anunciado por Trump não é apenas mais um movimento comercial. É um aviso de que a tolerância com parcerias consideradas “injustas” acabou — e que a conta pode ficar ainda mais alta para quem insiste em usar o discurso econômico como palanque político.
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