
Ministro do STF estabelece prazo para esclarecimentos sobre supostas violações das restrições, pressionando defesa sob ameaça de prisão imediata ao ex-presidente do Brasil.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intensificou a pressão sobre Jair Bolsonaro na última segunda-feira (21). Ele determinou que a defesa do ex-presidente apresente explicações em até 24 horas sobre suposto descumprimento das medidas cautelares impostas, sob pena de prisão imediata.
Na última semana, Bolsonaro teve imposta uma série de restrições, entre elas o uso da tornozeleira eletrônica e a proibição de qualquer manifestação em redes sociais, incluindo transmissões, entrevistas e postagens feitas por terceiros. A decisão do ministro inclui prints de transmissões e publicações associadas a Bolsonaro, usadas para embasar a cobrança.
Ao deixar a Câmara dos Deputados, Bolsonaro mostrou a tornozeleira diante da imprensa e dos apoiadores, reagindo com indignação à situação que considera injusta. “Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país. Uma pessoa inocente. Covardia o que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, declarou.
Mesmo proibido de dar entrevistas, Bolsonaro se reuniu com deputados aliados e posou para fotos. Na saída da Câmara, houve tumulto: uma mesa de vidro quebrou e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) teve um corte leve, mas disse que está bem.
Aliados reforçam que a decisão do ministro Moraes representa um abuso e um cerco político. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, condenou a censura imposta: “A escalada autoritária promovida por Alexandre de Moraes acaba de atingir outro patamar. Dessa vez, a decisão absurda de proibir meu pai de dar entrevistas (algo que nem chefes de facções ou corruptos que hoje mandam no país sofreram) atinge não apenas o seu alvo, mas também a imprensa, agora impedida de exercer seu ofício, e toda a população, privada de seu direito à informação.”
Com a defesa correndo contra o relógio para preparar as explicações exigidas, os apoiadores de Bolsonaro veem nas medidas do STF uma tentativa clara de silenciar uma voz que representa milhões de brasileiros. A determinação de Moraes, para muitos, ultrapassa os limites da legalidade e coloca em risco direitos fundamentais.
Enquanto isso, Bolsonaro reafirma sua disposição de resistir: “Nós vamos enfrentar a tudo e a todos”. A batalha jurídica e política está longe de terminar.
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