
Ex-presidente afirma que nunca atentou contra a democracia, critica decisões judiciais e recebe apoio do presidente dos EUA, Donald Trump, em meio a acusações que considera infundadas e motivadas por interesses eleitorais.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
O ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou com firmeza nesta sexta-feira (18), após o Supremo Tribunal Federal (STF) impor uma série de medidas cautelares contra ele no contexto de uma investigação sobre os atos ocorridos após as eleições de 2022. Dentre as restrições determinadas estão o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, proibição de acessar redes sociais, contato vedado com diplomatas e outros investigados, além da retenção de seu passaporte.
Em entrevista à imprensa, Bolsonaro foi categórico ao dizer que está sendo alvo de uma “perseguição política”e que as medidas têm o objetivo de silenciar a oposição e afastá-lo do debate público.
“Estou sendo punido sem provas, por narrativas construídas para impedir que eu exerça minha liderança política e interfira no cenário eleitoral de 2026”, afirmou.
A ação desta sexta-feira, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, incluiu busca e apreensão na residência de Bolsonaro, no Jardim Botânico, em Brasília, bem como na sede nacional do Partido Liberal (PL), do qual ele é filiado. As autoridades também investigam a atuação de pessoas próximas ao ex-presidente, incluindo seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente está nos Estados Unidos.
Segundo a defesa de Bolsonaro, as medidas são “drásticas e desproporcionais”, uma vez que ele tem colaborado com todas as etapas do processo.
“Nosso cliente jamais violou qualquer ordem judicial. Ele se apresentou de forma voluntária, demonstrando respeito às instituições”, declarou o advogado Celso Vilardi.
Bolsonaro: “Nunca fugi. Nunca conspirei. Sempre respeitei a Constituição”
Durante suas declarações, Bolsonaro rejeitou de forma veemente as acusações de que teria participado de qualquer tentativa de ruptura institucional.
“Jamais cogitei qualquer golpe. O que houve foram questionamentos legítimos sobre o processo eleitoral, algo que está garantido pela Constituição”, afirmou.
O ex-presidente também denunciou o que chama de “uso político do Judiciário”, apontando que o Supremo estaria atuando de forma seletiva.
“É uma tentativa clara de criminalizar a oposição conservadora, impedir o debate de ideias e tirar da disputa figuras com apoio popular. Mas isso não é democracia”, reforçou.
Apoio de Trump como chefe de Estado fortalece defesa de Bolsonaro
O caso ganhou repercussão internacional com a manifestação oficial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que declarou apoio explícito a Bolsonaro, chamando o processo em curso de “perseguição política” e “injustiça ideológica”.
Trump, que atualmente cumpre mandato na Casa Branca, afirmou que acompanha com preocupação os acontecimentos no Brasil e classificou as medidas do STF como uma ameaça à liberdade política.
“Bolsonaro é um patriota e um defensor da democracia. O que está acontecendo com ele é uma vergonha para o mundo livre”, declarou Trump em nota oficial.
Como resposta à situação, Trump também anunciou tarifas de 50% sobre importações brasileiras, em sinal de protesto contra o que chamou de “regime de censura e opressão institucional”. O gesto elevou a tensão diplomática entre os dois países, gerando reações por parte do governo brasileiro, que exigiu respeito às instituições nacionais.
Bolsonaro mantém influência e articula futuro político
A nova ofensiva jurídica contra Bolsonaro ocorre em um momento em que ele permanece inelegível por decisão da Justiça Eleitoral, mas mantém forte influência sobre o eleitorado conservador.
Segundo analistas, o endurecimento das medidas pode acirrar ainda mais o cenário político e mobilizar a base de apoio do ex-presidente.
Embora juridicamente impedido de disputar eleições, Bolsonaro tem sinalizado que continuará atuando como liderança do campo da direita e já articula nomes e estratégias para as eleições municipais de 2024 e para 2026.
“Não me calarei. Não vou fugir da luta. A liberdade é o bem mais precioso da nossa nação, e por ela estou disposto a enfrentar tudo”, disse.
Tensão institucional se intensifica
A nova fase do embate entre Bolsonaro e o Judiciário escancara o ambiente de tensão institucional que marca a política brasileira nos últimos anos. Para seus apoiadores, as medidas impostas representam um passo perigoso rumo à criminalização da oposição e ao enfraquecimento das liberdades civis.
Bolsonaro, por sua vez, reafirma seu compromisso com o país e com os valores democráticos.
“Sou um patriota. Continuarei lutando pelo Brasil com as armas da verdade e da fé. O povo brasileiro saberá distinguir quem está a serviço da liberdade e quem está a serviço da tirania”, concluiu.
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