
Profissional do direito usava visitas a presídios para repassar mensagens cifradas e instruções ilegais, segundo investigação coordenada pela FICCO/DF com apoio do MP.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Um advogado foi condenado a mais de sete anos de prisão após ser identificado como colaborador de uma organização criminosa com atuação no Distrito Federal. A sentença foi proferida com base em uma investigação conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/DF), com apoio do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).
De acordo com a apuração, o profissional aproveitava o livre acesso garantido pela função para entrar em presídios com aparência de legalidade, mas, na prática, servia de canal entre os líderes da facção e seus membros externos. Mensagens cifradas, ordens internas e instruções financeiras eram repassadas em bilhetes durante os encontros com detentos, disfarçadas com jargões jurídicos e códigos próprios para dificultar a interceptação.
O comportamento foi considerado pela Justiça como uma violação grave da função advocatícia, ultrapassando os limites legais e éticos do exercício da profissão. O réu foi condenado a 7 anos, 1 mês e 10 dias de prisão em regime fechado, além do pagamento de 18 dias-multa, conforme previsto na Lei nº 12.850/2013, que trata das organizações criminosas.
A ação faz parte da Operação Fragmento, desencadeada para combater o fortalecimento de grupos criminosos no sistema prisional da capital federal. A operação contou com a integração de várias forças de segurança, entre elas: Polícia Federal, Polícia Civil do DF, Polícia Penal, Polícia Militar e a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN).
A decisão representa um marco importante no enfrentamento à infiltração de organizações criminosas dentro de estruturas institucionais e reforça o papel da atuação integrada entre os órgãos de segurança e o Ministério Público.
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