Brasil: Anvisa interdita fabricantes de alisantes capilares irregulares e alerta para riscos à saúde

Foto: Internet
Operação “Alisamento Seguro” encontrou falhas graves em empresas do estado de São Paulo; cinco foram interditadas e diversos produtos foram cancelados por risco sanitário.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) intensificou a fiscalização sobre o mercado de alisantes capilares no Brasil e encontrou um cenário alarmante: cinco das sete empresas inspecionadas foram interditadas por graves irregularidades sanitárias. A operação, batizada de “Alisamento Seguro”, ocorreu no estado de São Paulo, com apoio da Vigilância Sanitária estadual e de municípios como Dumont, Mairiporã, Piratininga, Santópolis do Aguapeí e Sumaré.

Os inspetores constataram que várias empresas estavam produzindo e vendendo alisantes sem o devido registro na Anvisa, o que é obrigatório por se tratar de cosméticos classificados como de alto risco à saúde.

 Substâncias proibidas e estrutura precária

Em Santópolis do Aguapeí, por exemplo, uma das fábricas interditadas utilizava ácido glioxílico em grande escala, sem rastreamento nem comprovação de destino final. Embora esse composto seja conhecido por sua ação alisante, não é autorizado pela Anvisa para esse fim devido ao alto potencial de toxicidade e risco de danos oculares, queimaduras no couro cabeludo e até queda de cabelo.

Foram encontrados também matérias-primas vencidas, produtos sem identificação de lote, ausência de controle de qualidade, embalagens mal conservadas e até utensílios sendo lavados em cozinhas comuns — práticas completamente incompatíveis com a segurança exigida para a produção de cosméticos.

 Medidas publicadas em Diário Oficial

Como resultado da operação, a Anvisa publicou as Resoluções RE nº 2.442 e 2.443/2025, que:

  • Cancelam registros de alisantes irregulares;

  • Suspende a fabricação, comercialização, distribuição e uso dos produtos inspecionados;

  • Determinam o recolhimento dos lotes contaminados ou fora da norma.

Além disso, a Diretoria Colegiada da Anvisa revogou o efeito suspensivo de recursos administrativos, o que impede que as empresas atrasem o cumprimento das medidas com apelações judiciais.

Empresas fantasmas e registros de fachada

A operação também identificou empresas de fachada — ou seja, que não fabricam nenhum produto, mas emprestam seu nome para regularizar cosméticos de terceiros. Outras nem sequer existiam nos endereços registrados.

Em Piratininga, por exemplo, a fiscalização descobriu empresas sem licença sanitária, sem profissional responsável e sem qualquer controle de qualidade. Essas práticas violam diretamente a RDC nº 48/2013, que estabelece as Boas Práticas de Fabricação de produtos cosméticos.

 Ácido glioxílico e formol: risco real

A Anvisa reforça que o uso de formol ou ácido glioxílico como alisantes é proibido no Brasil, já que essas substâncias não possuem perfil de segurança nem comprovação de eficácia para esse tipo de aplicação. Sua presença caracteriza fraude sanitária, podendo causar desde reações alérgicas severas até lesões irreversíveis na pele e nos olhos.

 Como identificar produtos seguros?

Antes de usar qualquer alisante capilar — seja nacional ou importado — o consumidor deve:

  1. Verificar o registro do produto na Anvisa. A lista oficial pode ser consultada neste link: Alisantes autorizados pela Anvisa.

  2. Desconfiar de promessas milagrosas, principalmente em redes sociais ou marketplaces.

  3. Observar a embalagem, data de validade, lote e presença de CNPJ e número de registro.

 Orientações da Anvisa

“A fiscalização identificou falhas graves que comprometem a segurança dos produtos e representam sérios riscos à saúde da população. A recomendação é clara: evite qualquer produto que não esteja registrado na Anvisa”, alerta um dos técnicos da operação.

A ação faz parte da campanha nacional “Estética com Segurança”, do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), que busca conscientizar sobre os perigos associados a procedimentos estéticos e produtos sem fiscalização.

 Quer denunciar irregularidades?

Se você desconfia de produtos ilegais ou sofreu alguma reação após o uso de cosméticos, procure a Vigilância Sanitária do seu município ou registre uma denúncia no site da Anvisa:
www.gov.br/anvisa

  • Leia mais:

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