Brasil confirma surto de sarampo em Campos Lindos (TO) com nove casos importados da Bolívia

Foto: Allan Carvalho/PMF
Casos envolvem comunidade não vacinada no interior do Tocantins; Ministério da Saúde realiza bloqueio e intensifica vacinação na fronteira.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

O Ministério da Saúde confirmou nove casos de sarampo no município de Campos Lindos, no interior do Tocantins, próximo à fronteira com a Bolívia. De acordo com as autoridades sanitárias, os casos são importados, ou seja, contraídos fora do país, e todos os pacientes fazem parte de uma comunidade que não possui histórico vacinal por questões culturais.

A confirmação se deu após exames laboratoriais com IgM reagente, além de vínculo epidemiológico e histórico recente de viagem à Bolívia, país atualmente em surto ativo de sarampo. Outros dois casos suspeitos seguem em investigação. Todos os pacientes são acompanhados por técnicos do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde do Tocantins.

 Situação da comunidade e resposta emergencial

A comunidade afetada é composta por cerca de 400 pessoas. Desde o dia 21 de julho, uma equipe permanente do Ministério da Saúde atua em ações de bloqueio e varredura na região para conter a disseminação do vírus. Até o momento, 660 pessoas foram monitoradas, 282 residências visitadas e 644 doses da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) aplicadas.

A cidade de Campos Lindos, com aproximadamente 8,7 mil habitantes, está localizada a cerca de 500 km de Palmas, capital do estado. A presença de equipes técnicas no local vem sendo fundamental para ampliar a cobertura vacinal.

 Brasil ainda é considerado livre do sarampo

Apesar dos novos casos, o Brasil mantém a certificação da OMS como país livre da transmissão sustentada do sarampo. O que ocorre atualmente são casos importados e pontuais, com ações rápidas de contenção que evitam a propagação comunitária.

Em março deste ano, por exemplo, o Ministério da Saúde conseguiu conter rapidamente a circulação do vírus em São João de Meriti (RJ), após dois casos em crianças da mesma família. Situação semelhante foi registrada e controlada no Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Sul — todos com apenas um caso cada.

Ao todo, o país contabiliza 14 casos de sarampo confirmados em 2025, todos importados.

 Alerta nas Américas: mais de 7 mil casos e 13 mortes

Segundo dados recentes da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Região das Américas já soma 7.141 casos de sarampo e 13 mortes apenas neste ano. Os números mais elevados vêm do Canadá (3.170 casos e 1 óbito), Estados Unidos (1.227 casos e 3 óbitos) e México (2.597 casos e 9 óbitos).

Outros países com registros incluem Argentina (34), Belize (34), Bolívia (60), Costa Rica (1) e Peru (4).

 Ações de prevenção e reforço nas fronteiras

Em resposta ao aumento de casos nas Américas, o Ministério da Saúde intensificou ações em estados que fazem fronteira com países afetados. No Acre, por exemplo, um Dia D de vacinação resultou em quase 5 mil doses aplicadas em um único dia. Atividades semelhantes estão programadas para Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia, com nova mobilização neste sábado (26).

Nesta semana, equipes do Ministério também estão em Corumbá e Campo Grande (MS) para ações educativas, capacitação de profissionais e reforço da vacinação.

 Quem deve se vacinar

O esquema vacinal contra o sarampo segue as seguintes diretrizes:

  • Crianças: uma dose aos 12 meses e reforço aos 15 meses

  • Pessoas de 1 a 29 anos: duas doses da tríplice viral

  • Adultos entre 30 e 59 anos: uma dose

  • Pessoas não vacinadas ou sem comprovação vacinal devem procurar a unidade de saúde mais próxima

Os estoques da vacina estão garantidos em todo o país. A imunização é gratuita e disponível nas salas de vacinação do SUS.

 Fique atento:
Quem planeja viajar para fora do país — especialmente para Estados Unidos, Canadá, México e Bolívia — deve verificar o cartão de vacinação com antecedência e estar com todas as doses em dia. A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção contra o sarampo e fundamental para evitar surtos e epidemias.

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