Caminhada rápida de 22 minutos por dia pode prevenir doença hepática silenciosa, indica estudo

Foto: Internet
Pesquisa da Universidade Penn State confirma que 150 minutos semanais de atividade física moderada podem reduzir significativamente a gordura no fígado e proteger contra a esteatose hepática não alcoólica.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

Uma simples caminhada rápida de apenas 22 minutos por dia pode ser o suficiente para proteger o fígado contra uma das doenças mais comuns e silenciosas da atualidade: a doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). A conclusão vem de uma ampla revisão científica conduzida por pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia (Penn State), nos Estados Unidos, e publicada no American Journal of Gastroenterology.

O estudo analisou 14 ensaios clínicos controlados envolvendo 551 pacientes diagnosticados com DHGNA, doença que afeta cerca de 30% da população mundial e está fortemente associada à obesidade, ao diabetes tipo 2 e ao colesterol alto. A condição, quando não tratada, pode evoluir para cirrose e até câncer hepático.

Caminhar mais, tratar melhor

A equipe de pesquisadores se concentrou em avaliar se a prática de exercícios físicos moderados, como a caminhada rápida, por 150 minutos por semana (ou 22 minutos por dia) seria eficaz em reduzir a gordura acumulada no fígado, principal marcador da doença.

Os resultados mostraram que:

  • 39% dos pacientes que atingiram ou ultrapassaram os 150 minutos semanais de atividade física apresentaram redução de pelo menos 30% da gordura hepática, o que é considerado clinicamente significativo.

  • Por outro lado, apenas 26% dos pacientes que se exercitaram menos do que isso atingiram o mesmo resultado.

  • O exercício foi 3,5 vezes mais eficaz em reduzir a gordura do fígado do que tratamentos medicamentosos ou mudanças alimentares isoladas.

Recomendação clínica

Com base nos achados, os cientistas sugerem que a caminhada rápida diária seja incorporada como parte do tratamento de rotina para pessoas com DHGNA ou com fatores de risco.

“Mesmo em pacientes que não apresentaram perda de peso significativa, os benefícios da atividade física sobre a saúde do fígado foram evidentes”, destacou a Dr. Jonathan Stine, hepatologista da Penn State e principal autora da pesquisa.

O estudo também reforça as diretrizes do Departamento de Saúde dos EUA, que recomenda 150 minutos de exercício moderado a intenso por semana como parte de um estilo de vida saudável para prevenção de doenças crônicas.

O que é a doença hepática gordurosa não alcoólica?

A DHGNA é uma condição em que o excesso de gordura se acumula no fígado de pessoas que não consomem álcool em níveis elevados. O quadro é silencioso, ou seja, muitas vezes não apresenta sintomas nos estágios iniciais. Quando se agrava, pode causar inflamação crônica, fibrose hepática, cirrose e até câncer.

Entre os sintomas mais comuns em estágios avançados estão:

  • Cansaço persistente

  • Dor abdominal

  • Aumento do fígado

  • Náuseas

  • Perda de apetite

Por que a caminhada é tão eficaz?

Os cientistas apontam que a caminhada rápida:

  • Aumenta o metabolismo hepático

  • Melhora a sensibilidade à insulina, reduzindo o acúmulo de gordura

  • Estimula enzimas que ajudam a quebrar os lipídios acumulados no fígado

  • É uma atividade acessível, de baixo impacto e com alta aderência entre diferentes perfis populacionais

Caminhar é mais barato — e mais eficiente

Enquanto medicamentos para DHGNA ainda são limitados e de alto custo, a caminhada se mostra uma estratégia eficaz, segura e de fácil implementação, segundo os autores. Os especialistas recomendam que médicos e profissionais de saúde passem a prescrever a caminhada diária como parte do protocolo clínico para pacientes com doença hepática ou risco metabólico elevado.

A revisão liderada pela Penn State é uma das mais abrangentes já realizadas sobre o tema e reforça que ações simples, como caminhar 22 minutos por dia, podem ter impacto decisivo na prevenção e no tratamento da esteatose hepática.

Diante da alta prevalência global da doença e dos riscos associados, o incentivo à prática regular de atividade física deve ser uma prioridade em políticas de saúde pública, especialmente para populações mais vulneráveis.

  • Leia mais:

https://gnewsusa.com/2025/07/brasil-amplia-tratamento-da-endometriose-pelo-sus-com-novas-opcoes-hormonais/

https://gnewsusa.com/2025/07/alimentos-com-baixo-indice-glicemico-e-ricos-em-fibras-ajudam-a-controlar-o-acucar-no-sangue/

https://gnewsusa.com/2025/07/a-conta-chegou-trump-impoe-tarifa-de-50-ao-brasil-em-1o-de-agosto-por-comercio-injusto-e-stf-contra-bolsonaro-lula-promete-reciprocidade/

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*