Microbiota vaginal equilibrada protege contra doenças, corrimentos e até complicações mais graves, como infertilidade e aborto espontâneo.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
A flora vaginal, também chamada de microbiota vaginal, é composta por milhões de micro-organismos que vivem em equilíbrio na região íntima da mulher. Esse ecossistema natural é responsável por proteger não apenas a vagina e a vulva, mas também estruturas internas, como útero, trompas e bexiga, impedindo a ação de agentes infecciosos.
A principal defesa da flora vaginal é o pH ácido, mantido por bactérias benéficas conhecidas como bacilos de Döderlein. Elas transformam a glicose presente nas células vaginais em ácido lático, criando um ambiente hostil à proliferação de micro-organismos causadores de doenças.
No entanto, esse equilíbrio pode ser comprometido por diversos fatores, como variações hormonais ao longo do ciclo menstrual, uso prolongado de antibióticos ou anticoncepcionais, relações sexuais, gravidez ou condições que afetam a imunidade, como diabetes e doenças autoimunes. Quando há desequilíbrio da flora, ocorre a disbiose vaginal.
Sinais de desequilíbrio e possíveis riscos à saúde
A disbiose pode provocar sintomas como ardência, coceira, mau odor e alterações no padrão da secreção vaginal. Em situações mais graves, infecções recorrentes podem comprometer a fertilidade, aumentar o risco de parto prematuro ou, em casos extremos, levar ao aborto.
Entre os sinais mais comuns de alteração da flora estão secreção acinzentada ou esverdeada, odor desagradável e mudanças na consistência da secreção, que pode se tornar mais espumosa. Esses sintomas indicam a necessidade de avaliação médica e, se necessário, tratamento adequado.
Cuidados essenciais para manter o equilíbrio da flora vaginal
Veja abaixo práticas recomendadas para preservar a saúde da microbiota vaginal:
1. Opte por calcinhas de algodão
Tecidos naturais facilitam a ventilação da região íntima, reduzindo a umidade e dificultando a proliferação de micro-organismos. Dormir sem roupa íntima também contribui para a saúde local.
2. Evite absorventes diários
O uso contínuo desses produtos pode abafar a região genital e intensificar a secreção vaginal, promovendo desequilíbrios. Em caso de secreção em excesso, o ideal é trocar a calcinha ao longo do dia.
3. Evite roupas muito justas e tecidos sintéticos
Peças apertadas, como jeans e leggings, dificultam a transpiração e criam um ambiente propício para o crescimento de fungos e bactérias. Sempre que possível, intercale com roupas leves, como saias e vestidos.
4. Higienize-se corretamente após evacuar
A limpeza deve ser feita sempre da frente para trás, para evitar que resíduos fecais e bactérias da região anal entrem em contato com a vagina. Quando possível, lavar a área com água corrente também é recomendado.
5. Troque absorventes com frequência
Durante a menstruação, absorventes devem ser trocados a cada quatro horas. O sangue menstrual tem pH diferente da mucosa vaginal, e seu acúmulo pode causar irritações e infecções.
6. Prefira sabonetes suaves e neutros
A higiene da região íntima deve ser feita com produtos específicos ou sabonetes neutros, livres de perfumes e corantes. O uso excessivo de produtos íntimos pode causar irritações.
7. Lave calcinhas com sabão neutro e evite amaciantes
Produtos perfumados ou com aditivos químicos podem causar alergias. Após a lavagem, o ideal é deixar as peças secarem ao sol ou em local ventilado. O uso de ferro quente ajuda a eliminar micro-organismos residuais.
8. Modere a depilação íntima
A retirada total dos pelos pode enfraquecer a barreira natural de proteção. Caso opte pela depilação, certifique-se de que os materiais utilizados estejam esterilizados e que o ambiente seja adequado.
9. Evite duchas íntimas
A lavagem interna da vagina pode alterar o pH e eliminar bactérias benéficas da flora. A higiene externa com água e sabonete neutro é suficiente, já que a vagina possui mecanismos naturais de autolimpeza.
Atenção em todas as fases da vida
O equilíbrio da flora vaginal é importante desde a adolescência até a menopausa. Cuidar da microbiota é uma forma de prevenir infecções, melhorar o bem-estar e garantir qualidade de vida em todas as etapas.
Manter hábitos de higiene adequados, usar roupas apropriadas, ter atenção aos sinais do corpo e buscar orientação médica quando necessário são atitudes que fazem diferença na saúde íntima da mulher.
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