Dados de 79 milhões de usuários do serviço de saúde pública dos EUA serão usados no combate à imigração ilegal

Os agentes do órgão poderão usar as informações para identificar e rastrear pessoas em situação irregular no país.

Por Chico Gomes | GNEWSUSA

Os dados pessoais de todas as pessoas beneficiadas pelo Medicaid, programa de saúde pública dos Estados Unidos, serão entregues pelo governo de Donald Trump às autoridades do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) para servir de base no combate à imigração ilegal.

A imprensa norte-americana teve acesso ao acordo firmado pelo governo federal para a transferência de dados do programa ao ICE, constatando que os agentes do órgão poderão usar as informações para identificar e rastrear pessoas em situação irregular no país.

No banco de dados com os 79 milhões de usuários do Medicaid, os agentes terão acesso aos nomes dos beneficiários, datas de nascimento, informações étnicas e raciais, além dos números do Seguro Social.

Assinado na última segunda-feira (14), o acordo entre os Centros de Serviços Medicare e Medicaid e o Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) não foi tornado público. Ele diz que “o ICE usará os dados do CMS para permitir que o ICE receba informações de identidade e localização de estrangeiros identificados pelo ICE”.

O programa de saúde pública dos Estados Unidos é financiado pelo Governo Federal e pelos estados, garantindo cobertura gratuita para serviços de saúde a pessoas mais pobres.. O país não tem um sistema de saúde pública universal, a exemplo do SUS do Brasil.

O acordo não permite que os agentes do ICE baixem os dados, mas eles terão acesso às informações por um período limitado, das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira, até o dia 9 de setembro.

Embora imigrantes ilegais não tenham o direito de se inscrever no Medicaid, eles podem se beneficiar do Medicaid emergencial, uma cobertura temporária que paga apenas por serviços que salvam vidas em salas de emergência para qualquer pessoa, incluindo os estrangeiros indocumentados.

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