Deputados do partido Chega leram nomes de origem árabe e muçulmana atribuídos a crianças estrangeiras que estudam em uma pré-escola de Lisboa.
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
Em uma ação política contra imigrantes, deputados do partido de ultradireita Chega, de Portugal, decidiram expor nomes de origem árabe e muçulmana atribuídos a crianças estrangeiras que estudam em uma pré-escola de Lisboa.
A iniciativa anti-imigração ocorreu no início deste mês, quando a deputada Rita Matias leu os nomes das crianças em um vídeo divulgado nas redes sociais, afirmando que elas estavam ocupando as vagas de alunos portugueses.
Na sessão da Assembleia da República no dia seguinte, o líder do Chega, André Ventura, repetiu os nomes em fala na tribuna. “Há uma mudança cultural e civilizacional que está em curso por culpa do Partido Socialista e da extrema esquerda”, declarou na ocasião.
Pais das crianças reagem
A atitude dos deputados do Chega foi repudiada pelos país dos estudantes, através de uma carta aberta. “Fazer insinuações infundadas em praça pública apenas alimenta o ressentimento social e ataca injustamente famílias e crianças que cumpriram todos os requisitos legais [para matrícula]”, diz o texto de uma associação de pais dos estudantes.
Teoria da “Grande Substituição”
Os discursos dos parlamentares extremistas ecoam uma teoria da conspiração chamada de “Grande Substituição”, defendida por grupos de direita que acreditam que a esquerda pretende substituir a população nacional, branca e católica, por imigrantes muçulmanos.
Essa ideia se difundiu na Europa a partir de 2015, com o fluxo de refugiados de países com maioria da população muçulmana. A origem da teoria é atribuída ao ativista francês Renaud Camus, que publicou um livro em 2011 afirmando que a França seria recolonizada por imigrantes que ocupariam a política e a economia locais, o que resultaria na eliminação da identidade nacional francesa.
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