EUA preparam declaração de emergência para sobretaxar o Brasil

Com investigação aberta e críticas diretas ao STF, presidente americano pressiona governo Lula.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA

Enquanto busca proteger a indústria americana, Donald Trump decidiu mirar o Brasil com uma medida que pode elevar tarifas a patamares inéditos. Fontes ouvidas pela Bloomberg revelaram na última sexta-feira (25) que a Casa Branca pretende usar uma nova declaração de emergência como justificativa legal para a taxação de produtos brasileiros.

A tensão escalou depois que o presidente dos EUA enviou uma carta a Luiz Inácio Lula da Silva no início de julho, onde deixou claro que pretende sobretaxar importações em 50% a partir de agosto. No documento, Trump disparou: “o ex-presidente Jair Bolsonaro é vítima de perseguição judicial” e apontou supostas decisões “secretas e ilegais” do ministro Alexandre de Moraes, dizendo que essas medidas teriam atingido gigantes da tecnologia dos Estados Unidos e ameaçado a liberdade de expressão de cidadãos americanos.

Nos bastidores, a proposta de emergência específica para o Brasil apareceu em reuniões entre o Escritório do Representante Comercial e parlamentares do Congresso americano. Uma fonte relatou à Bloomberg que “representantes do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos informaram sobre os planos para uma declaração de emergência separada, relacionada ao Brasil, em reuniões com funcionários do Congresso americano esta semana”.

A estratégia faz parte de uma ofensiva que começou em abril, quando Trump determinou sobretaxas para produtos vindos de 184 países, além da União Europeia, usando uma declaração de emergência nacional — o chamado Dia da Libertação. O ato foi questionado nos tribunais, mas continua sendo o ponto de apoio para negociações. Filipinas, Japão e Indonésia fecharam acordos recentemente para reduzir o impacto.

Em paralelo, o Escritório do Representante Comercial abriu uma investigação para apurar as práticas comerciais brasileiras. Para o governo americano, Brasília mantém barreiras e condutas injustas, justificando novas sanções.

Apesar das críticas internacionais, Trump não dá sinais de recuo. Seus aliados sustentam que qualquer atrito é válido se o objetivo for defender o saldo positivo na balança comercial e a proteção dos postos de trabalho nos Estados Unidos.

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