
Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai sofrem com onda polar histórica; nevasca atinge até o Deserto do Atacama.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
Uma forte frente fria polar atingiu diversos países da América do Sul entre o fim de junho e início de julho, provocando temperaturas abaixo de zero, nevascas incomuns, problemas respiratórios, prejuízos na agricultura e impacto na mobilidade urbana. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o evento atingiu níveis recordes de frio, com mínimas de até -16°C na Patagônia argentina.
Além de Argentina e Chile, Uruguai e Paraguai também registraram temperaturas excepcionalmente baixas, devido à presença de um anticiclone de origem polar que dominou o continente.
Temperaturas extremas e regiões afetadas
- Patagônia (Argentina): -16°C
- Chillán (Chile): -9,3°C
- Puerto Montt (Chile): -8,1°C
- Temuco (Chile): -7,9°C
- Chubut e Neuquén (Argentina): -9°C ou menos
- Deserto do Atacama (Chile): nevasca rara após mais de uma década
Prejuízos agrícolas e impactos sociais
A onda polar provocou geadas severas em vales agrícolas, prejudicando a produção de frutas e cultivos de inverno no centro do Chile e no norte da Patagônia. O frio extremo afetou também regiões onde não é comum nevar, como Mar del Plata e o Vale de Calamuchita, em Córdoba (Argentina), interrompendo aulas e o transporte público.
O ar frio e estagnado contribuiu para o acúmulo de poluentes, impactando a qualidade do ar em cidades como Santiago, Rancagua e Talca, com aumento de casos de problemas respiratórios, principalmente em idosos e crianças.
Alerta e resposta rápida
Graças aos sistemas de alerta precoce, como o Alerta Preventivo Antecipado adotado pelo Chile, não houve registro de vítimas até o momento. A OMM destaca a importância dessas ferramentas para evitar mortes e minimizar impactos em eventos climáticos extremos.
Neve no deserto mais seco do mundo
Um dos episódios mais emblemáticos foi registrado em 26 de junho, quando neve cobriu o Deserto do Atacama, no Chile — considerado o local mais seco da Terra. A área do Observatório ALMA, a 2.900 metros de altitude, amanheceu coberta de branco, cenário raro que não se via há mais de dez anos.
Alerta para saúde pública
Especialistas em saúde alertam para o aumento de doenças respiratórias e agravamento de quadros crônicos com a queda brusca de temperatura. Recomenda-se atenção especial a grupos vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas com doenças cardíacas ou pulmonares.
Reflexo das mudanças climáticas?
A intensidade e abrangência do frio reacendem o debate sobre os efeitos das mudanças climáticas e da variabilidade climática extrema. Ainda que frentes frias intensas sejam esperadas no inverno sul-americano, o padrão observado em 2025 se mostra fora da média histórica, segundo dados preliminares da OMM.
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